025. COMEÇAR DO ZERO.

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Lorena Viana

Que chá de pica foi esse que você tomou. Misericórdia. — Helena me julga enquanto se olha no espelho. – Se um homem faz comigo, oque o Veiga fez com você, é tchau e bença.

– Mas a gente não tá se falando direito.

– Mas já já voltam, eu conheço você Lorena. — reviro os olhos. – Mas aqui, sobre a camisinha, ele está completamente certo viu!?

– Eu entenderia a preocupação dele, se eu tivesse transando sem camisinha com ele depois que dormi com o Arrascaeta. — franzi o cenho. – Mas isso não aconteceu.

Helena gargalha.

– Sério? — acenti com a cabeça. – Mas mesmo assim, porque eu dúvido que vocês dois se protejam.

– Pior que a gente se protege tá!? — faço careta. – Só não usamos camisinha uma vez.

– E quantas vezes vocês transaram?

– Sei lá, umas quatro? — arqueo as sombrancelhas.

Acho que toda essa discussão diz mais sobre ele do que sobre mim. E perceber que todo mundo ao meu redor acha a mesma coisa, me deixa aliviada.

– Ele disse que vai passar lá em casa hoje pra gente... "conversar". — faço aspas com os dedos.

– Você tá vivendo um Enemies To Love do caralho né. — Helena me responde rindo.

Rio junto, porque no fundo ela tem razão. Eu não sei, mas uma coisa é certa: essa "conversa" promete ser mais interessante do que qualquer novela da Globo.

– E se eu simplesmente não abrisse a porta pra ele? — levanto as sobrancelhas.

– Isso ia ser digno de um capítulo à parte na sua novela. Imagina a cara dele se deparando com uma porta fechada. — Helena ri.

– Acho que ia ser mais engraçado pra mim do que pra ele. Mas falando sério, será que vale a pena? — questiono, pensativa.

– Depende do que você quer, Lorena. Se quer resolver as paradas, talvez seja melhor dar uma chance à conversa. Se quer mandar um recado, a porta fechada já diz muita coisa.

Fico ali, ponderando as palavras dela. Às vezes, a melhor resposta é deixar a porta entreaberta, nem totalmente fechada, nem escancarada.

– Agora chega de falar do Raphael, olha pra mim. — Helena pede, dando um giro com o vestido longo vermelho que ela escolheu pra formatura. – É esse né!?

– Uau! Com toda certeza, ficou incrível em você. — sorrio, admirando o visual dela.

– É que eu já sou linda né!? O vestido só ajudou. — se gabou um pouco e eu dei risada.

Raphael Veiga

– Qual a chance dessa conversa não dá merda Raphael? — meu irmão me pergunta enquanto pendura na barra de ferro da academia.

– Ué, eu preciso tentar fazer alguma coisa. — desligo a esteira e me aproximo dele. – Além do mais, em nenhum momento ela disse pra eu não ir.

– Ah não, só falou que a porta vai tá trancada. — dá risada. – Cara, era só pedir desculpas. Qual a dificuldade?

– A dificuldade é que eu não acho que estou 100% errado. — meu irmão revira os olhos. – Talvez só 98%.

– De duas ou uma Raphael, ou essa conversa vai deixar tudo pior ou vocês vão concordar que não dá certo.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora