071. ATÉ AQUI.

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Raphael Veiga

Passei o resto da semana ansioso com o dia de hoje. Finalmente a exposição do Van Gogh está novamente aqui em São Paulo, e é pra lá onde eu vou levar Lorena pra ter um dia um tanto quanto inesquecível. Assim eu espero.

– Amoooor, a exposição fecha 20:00 horas. — confiro às horas no relógio.

– Eu sei, já tô saindo. — grita do quarto.

– Você já é linda, não precisa de muita coisa pra ficar mais ainda. — passo a mão no rosto pois esperei tanto tempo que estou começando a cochilar no sofá. – A gente vai se atrasar.

– Não vamos não, amor. — o barulho do sapato batendo no chão do apartamento vai aumentando na medida que ela se aproxima. – Estou pronta.

Ficou tão óbvio que eu admirei ela dos pés a cabeça que eu nem faço questão de disfarçar quando nosso olhar se encontra.

– Eu tenho certeza que você é mais bonita do que qualquer arte do Van Gogh que a gente vai ver hoje.

O sorrisinho dela sem graça acaba comigo, porque as bochechas vão corando aos poucos e as mãos ficam juntinhas igual de uma criança tímida.

– Ai amor, que exagero. — molha os lábios. – O vestido que você me deu que caiu perfeitamente bem em mim.

– Um simples pano princesa, o resto é obra da sua mãe e do seu pai. — ela dá risada. – Inclusive, muito obrigado sogros.

Caminho do sofá até sua direção pra dar um beijo em sua boca. A maciez dos lábios de Lorena sobre os meus me faz querer mais que um simples e rápido selinho, mas a atitude não deixa de ser calma, acho que chegamos em um nível tão grande de conexão que nem nos importamos com a quantidade de tempo que perdemos em cada passeio que nossa língua faz no céu da boca um do outro.

Somos o verdadeiro casal clichê, que se veste quase combinando, que tem o papel de parede com foto um do outro, que anda com os dedos mindinhos colados na rua, que têm apelidos fofos, enfim... Somos bregas mesmo, podem falar o que quiser, a gente não tá nem aí.

– Pera aí. — peço, buscando fôlego quando nosso beijo termina. – Tenho um presentinho pra você.

Vou devagar até atrás do balcão da cozinha e puxo um buquê de rosas vermelhas que tá guardado ali a alguns minutos já. Os olhos de Lorena brilham quando vê as rosas nas minhas mãos. Seu rosto se ilumina com um sorriso radiante enquanto ela olha para as rosas, uma expressão de surpresa e felicidade se espalhando por seu rosto. Sinto meu coração se encher de alegria ao vê-la tão feliz. Caminho até ela com o buquê em mãos, e quando estou perto o suficiente, estendo as rosas para ela.

– Você vai me fazer chorar antes de sair? — funga o nariz e pega o buquê das minhas mãos. – São lindas amor, obrigado. Não precisava.

– De nada. — selo nossos lábios em um selinho rápido. – E é óbvio que precisava, quero que você cuide dessas flores como cuidou de mim, porque ela a partir de hoje representa nosso amor, então se morrer... — passo o vapo no pescoço fazendo gracinha.

– Ai que horror, Rapha. Toma de volta. — estica os braços me oferecendo o buquê enquanto rimos juntos.

Espero que ela não tenha acreditado 100% no que eu falei, talvez só 99%, porque assim como nem tudo que eu disse é de verdade, uma das rosas também não é. Mas ela não precisa saber né!?

– Agora vamos? — pergunto, oferecendo minha mão pra ela segurar.

– Vamos, deixa eu só arrumar um vaso pra colocar as rosas. — dá meia volta dando uma corridinha até a cozinha buscando um vaso de vidro e o enchendo com água pra colocar as rosas. – Pronto. — enxuga a mão em um pano e aceita minha mão estendida.

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𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora