065. SURPRESA.

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📍DIAS ANTES DO ANIVERSÁRIO.

Raphael Veiga

Daqui a quatro dias é o aniversário da Lorena e eu como um bom ansioso, já preparei quase tudo. Só estou na espera das alianças que ainda não chegaram.

O pedido de namoro vem aí, finalmente.

Confesso que faz uma semana que eu não durmo direito, minha olheiras estão enormes e meus olhos tão pequenos que quase se afundam no meu rosto.

Consegui com a ajuda de Helena, convencer os pais de Lorena a saírem do interior pra visitar a filha em São Paulo. Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz, mais difícil que o pênalti que eu bati no mundial contra o Chelsea.

Os pais são orgulhosos assim como a filha, não queriam meu apoio financeiro pra vim e muito menos um jatinho particular que eu já tenho costume de alugar. Eles queriam vim de ônibus, demorando muito mais, gastando muito mais, e tendo o total de zero conforto na viagem.

Mas, aparentemente fui salvo por um moleque de 14 anos palmeirense, irmão de Lorena e que me conhece. Conversei com ele por chamada de vídeo, tendo que provar que sou eu mesmo e ainda implorando pra que ele conversasse com os pais sobre minha proposta. E não é que o moleque conseguiu?

Agora eu tô aqui no aeroporto, balançando meu corpo sobre os calcanhares. Nervoso. Esperando ansiosamente a família dela. Pedi pra Helena vim comigo porque fiquei meio apreensivo em como o pai de Lorena vai reagir me vendo pessoalmente.

– E se ele não gostar de mim, Helena? Vou fazer o que? — pergunto, passando a mão pelo meu pescoço enquanto ela me olha de lado. – Sei lá, eu não sou o tipo de cara que os pais gostam.

– Me poupe Veiga. — revira os olhos. – Sua aparência é de um cara que acabou de sair da igreja porque foi confessar. — gargalha. – Fora o jeitinho de playboy.

– Nossa. Muito obrigado, me tranquilizou muito. — bufo.

– Ué, eu tô te ajudando. — dá de ombros. – A primeira impressão é a que fica. E sinceramente, a sua é a mais tradicional.

– E isso é bom ou ruim? — arqueo as sombrancelhas.

– Tanto faz. — dá de ombros.

Tenho a sensação que Helena me odeia. Sério, ela não consegue trocar um diálogo comigo sem me humilhar ou zombar de mim.

– Você é ciumenta, né!? — trombo nossos ombros assistindo os olhos dela semi cerrados quando os desfocam da tela do celular. – Me odeia porque sua amiga tá passando mais tempo comigo do que com você.

– Tá viajando né Raphael Veiga. — nega com a cabeça. – Não sou ciumenta. E entendo perfeitamente o grude da Lo com você.

– Mesmo assim você me odeia. — trombo nossos ombros mais uma vez e ela me empurra.

– Você não é importante o suficiente pra entrar na fila do meu ódio. — dá risada. – Ah não ser que machuque a Lorena de novo, ai você vai ver o que é ser odiado de verdade.

– Credo. — faço o sinal da cruz. – Se eu machucar Lorena, eu mesmo vou me chicotear na frente da sua casa.

Gargalhamos juntos, pela primeira vez.

Menos uma pessoa do ciclo de Lorena pra me odiar, além do pai provavelmente ciumento e o do irmão mais velho, acho que não tem mais ninguém com quem devo me preocupar. Assim eu espero...

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora