040. BUQUÊ.

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📍ALGUNS DIAS DEPOIS.

Raphael Veiga

Quem diria que eu, um cara de 28 anos, ficaria por conta de vigiar dois marmanjos que estão se comportando como dois adolescentes.

No supermercado lotado mano, os dois já discutiram umas cinco vezes. Eu não sei como que Lara aguenta.

– Vocês são insuportáveis, namoral. — reviro os olhos.

– Eu? — Piquerez e Richard perguntam em uníssono, com um leve sotaque ainda.

– Não, o meu pau. — cruzo os braços. – Por que cês tão brigando mano? É crise na relação?

Eles se olham, mas não falam nada.

– Caralho, meu dia estava ótimo. Até ver vocês dois. — encaro os dois. – Lara vai ficar me devendo um milhão de favores depois dessa.

– Não mete a Lara nisso. — Piquerez intervém.

– Ah é? Se ela não quisesse que eu me metesse, não tinha me pedido nada.

Estou uma pilha de nervos, tudo por causa deles dois. A cada passo que dou neste supermercado, ouço a discussão acalorada dos dois atrás de mim, e a vontade de meter um soco na cara deles só aumenta. Não é a primeira vez que me vejo nesse ponto de ebulição com os dois, e a familiaridade da situação me faz lembrar da primeira vez que eu dei um murro em cada um dos dois.

Depois da "bronca" que dei neles, os dois finalmente silenciaram. Embora ainda cochichem, e isso me irrite, mas é melhor do que testemunhar mais uma briga entre eles.

Pelo menos, a calmaria momentânea me faz ter um devaneio pro final de semana incrível, e sem brigas, que eu tive com a Lo.

Como é incrível poder sentar pra conversar com alguém sobre milhares de assuntos, sem se preocupar com o tempo ou o receio de ser julgado. O silêncio não e mais um incômodo, é confortável, como se a mera presença fosse suficiente para ambos. Uma conexão única. Só nossa.

E poxa vida, estar conhecendo ela melhor, tem sido incrível e meio triste. A vida de Lorena não foi fácil, e eu percebi a tristeza nos olhos dela a cada coisa que ela contava sobre as dificuldades que enfrentava lá no interior.

E olha, ela nem faz ideia de como isso a torna ainda mais incrível, mais forte, mais única. Tentei negar isso um monte de vezes, mas caramba, tô completamente gamado.

– VEIGA. — Richard grita comigo. – Tá viajando aí irmão?

– Aaah, lembraram que eu tô aqui? Já pararam de brigar? — tento disfarçar.

– Nem vem com essa irmão, tava rindo aí olhando pro nada. — Piquerez fala imitando minha expressão. – Todo bobão.

– Sabe o que isso significa né, Piquerez? — Ríos fala rindo. – Começa com P.

– Problema psicológico? — é uma mula mesmo, dei até risada.

– Não, imbecil. — Richard bate na testa. – Paixão. O homem tá apaixonado.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora