012. CAIU.

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Lorena Viana

Meu diu simplesmente CAIU ontem na hora que eu estava tomando banho. Um desespero tomou conta de mim quando eu vi ele escorrendo pela minha perna.

Liguei pra Helena aos prantos e ela como uma boa amiga, riu da minha cara primeiro, depois disse que me levaria no ginecologista.

E acabou que nem aconteceu nada demais, ela só me explicou que provavelmente o diu foi deslocado do lugar e meu corpo expulsou por contra própria.

E quem deslocou do lugar? QUEM?

O filho da puta que não para de rir por um segundo desde que eu contei que o meu diu saiu fora do lugar.

– Não tem graça Raphael. — reviro os olhos.

– Tem muita graça. — manobra o carro e puxa o freio de mão. – É simplesmente incrível isso ter acontecido depois de você ter falado merda.

– Que merda?

– "Ai mais ele é fraco" "não achei ele tudo isso" — afina a voz tentando imitar meu tom, mas saiu tão ridículo que eu gargalhei.

– Cara, você levou pro coração esse negócio né!? Meu deus. — abro a porta do carro pra sair.

– Claro que levei, odeio mentiras. — ele saí pelo lado do motorista. – E olha que eu ainda peguei leve com você dá primeira vez.

Pegou leve? Porra, imagina se não tivesse.

Mas eu não falo nada, só bufo e vou andando na frente. Na garagem tem um elevador, e é nele que a gente entra, eu entro primeiro e ele vem depois. Enquanto eu me escoro na barra de ferro do elevador, Veiga fica parado na minha frente mexendo no celular.

Ele sempre fica no celular, e isso me dá os nervos porque parece que ele está sempre feliz demais digitando seja lá o que for.

– Respondendo os contatinhos. — falo em tom irônico.

– É... — olha pra trás por cima dos ombros. – Sou mais discreto, não fico em frente ao ct igual você.

Se ele está se referindo ao Diego Costa, eu digo que foi uma simples coincidência. Ele é lindo, cheiroso, gente boa, tem cara de quem transa muito bem, mas não, definitivamente não é meu estilo.

– Nossa. Você. Com ciúmes. Do Diego? — falo pausadamente. – Pensei que confiasse mais no seu taco.

Veiga gira o corpo pra olhar diretamente para mim e soltar uma risadinha. O elevador é pequeno, então, com os três passos que ele dá, fica a centímetros de mim. A proximidade inesperada faz meu coração acelerar e minha boca fica mais seca que o deserto do Saara.

– Eu confio muito no meu taco Lo. — às mãos dele vem por cima das minhas que estão apoiadas na barra de ferro. – Acho que eu já te falei que não curto muito dividir minhas coisas.

– E eu também acho que já te falei que não sou sua. — acerto minha postura e nosso peitoral se encosta.

As mãos dele apertam as minhas na barra de ferro enquanto ele mexe a cabeça tentando estalar o pescoço. Não sei porque, mas achei isso... Sexy. Raphael olha pro teto do elevador e solta um suspiro alto.

– Sua sorte é que tem câmera nesse elevador... — os olhos dele descem até minha boca e fica alguns segudos no meu busto. Meu estômago embrulha e eu me vejo segurar a respiração. – Se não eu ia te comer aqui. Agora. — fala baixo, mas a voz dele saí tão firme que eu perco a força nas pernas.

– E se eu te falar que não me importo que as pessoas nos assistam?

Veiga se aproxima de mim, ele está perto o suficiente pros nossos narizes roçarem um no outro.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora