042. CARTÃO.

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Raphael Veiga

– Quero fugir um pouco do óbvio sabe, Lara!? — ando atrás dela pela casa. – Nada muito clássico pra não parecer clichê e nem nada muito exagerado, pra não parecer que eu só fiz pra aparecer.

– Entendo. — Lara concorda com a cabeça. – Mas você sabe que o clássico sempre ganha em qualquer coisa né!?

– Será!? Tô enferrujado. — coço a nuca. – Por isso quero sua ajuda.

– Quando você pretende fazer esse pedido de namoro?

– No dia do aniversário dela. — puxo uma cadeira pra sentar e ela senta do outro lado.

– E quando que é o aniversário dela? — semi cerra os olhos.

– 15 de fevereiro. — faço careta.

– Uau, quem te viu e quem te vê. — insinua fazer um biquinho. – A virada de ano realmente muda as pessoas.

– Para de graça Lara, me dá uma idéia aí vai. — cruzo os braços sobre o peito.

– É o seguinte... — ela levanta pra sentar na mesa a minha frente. – Leva ela pra um parque de diversões e deixa a roda gigante por último. Pode escolher o pôr do sol ou a noite pra ver as estrelas. — dá de ombros. – Ai, geralmente a roda parar lá em cima por alguns minutos. E esses minutos serão o suficiente pra você fazer o seu discurso e sacar a aliança.

Fico pensativo, a idéia é realmente boa e ela especificou tanto os detalhes, que eu consegui até imaginar.

– É, uma boa ideia. — concordo com a cabeça. – Você foi muito específica hein!? Seus machos te pediram em namoro assim?

– E eles fizeram pedido por acaso? Só chegaram com a caixinha e enfiaram essa aliança que parece coroa de um cabeçudo no meu dedo. — dou risada lembrando do Richard que também reclamou da aliança. – Mas eu tive um date com o Richard no parque, e foi incrível.

Quem diz que pedir alguém em namoro é a coisa mais fácil do mundo provavelmente nunca teve a responsabilidade de fazê-lo. Nessas horas, eu queria ser a mulher, que apenas fica esperando na expectativa.

– Eu reparei que Lorena gosta de umas coisas mais... Na dela sabe!? — faço carinho na barba. – Então, eu tinha duas idéias na cabeça. Tipo aquela biblioteca chique que tem aqui ou no museu do Van Gogh.

– NOSSA. — o grito dela me assusta. – Museu do Van Gogh é tudo.

– É né!? Ela gosta dele. — dou um sorrisinho de lado. – Enfim, alguma coisa tem que sair.

– Ai, eu tô tão orgulhosa de você. — Lara me abraça pelo pescoço. – Me promete que não vai vacilar com ela de novo.

– Tá me sufocando mulher. Me larga. — ela me aperta ainda mais.

– Promete que eu te solto.

– Eu não posso te prometer nada... — ela mete o tapa nas minhas costas. – Caralho, eu tô brincando.

– Se você vacilar com a Lore de novo, não vai ser só ela que você vai perder. — franzi o cenho. – Eu vou sumir da sua vida também, e não vou falar mais com você.

– Oxe, isso não vale. — nego com a cabeça. – Você é minha amiga, tem que tá do meu lado sempre.

– Quem disse? — ela solta meu pescoço pra me encarar.

– Tá na nossa regra de amizade.

– Meu Deus, a gente fez esse negócio quando tinha 12 anos. — dou risada. – Agora somos adultos.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora