Raphael Veiga
– Gostei bastante dessa versão. — Lorena morde um sorriso.
Desabafar me aliviou muito. Pode ser que eu tenha soltado mais do que devia, mas ver que ela realmente entendeu, foi incrível pra caramba.
– Pera... Só eu desabafei. — ela me olha. – Você não tem nada pra me contar? Nenhum trauma?
– Olha, o meu trauma foi a anos atrás, na minha adolescência, quando a Helena se mudou e eu me senti meio... Perdida, sabe!?
– E foi lá e fez merda.
– É, eu meio que... — coça a nuca. – Perdi minha virgindade com um cara que eu mal conhecia, e foi uma bosta. — seguro a risada. – Não ri Raphael.
– Desculpa, mas é porque eu tava esperando outra coisa.
– É porque vocês homens não têm noção do quanto a virgindade é importante pra nós mulheres. — ela olha pro chão. – Eu me senti um lixo depois, porque ele simplesmente não disse uma palavra quando terminou, sendo que o...
– Pós sexo diz muito mais que o sexo em si.
– Exatamente. Até você entende isso. — dou risada. – E cara, eu nem queria ter nada sério com ele, eu nunca fui apegada a ele ou coisa do tipo, mas... Nossa, era o mínimo.
– Ás vezes a gente só quer o mínimo mesmo, mas parece que até isso é pedir demais. — respondo, mantendo a leveza na conversa. – Mas e aí, o que você fez sobre essa situação?
– Fiquei com um certo trauma dessa coisa de ir direto ao ponto com qualquer cara. — franzi o cenho. – Mas apareceram outros, que me mostraram que o problema não era comigo.
– Outros? No plural? — ela gargalha.
– Variedade ué, é sempre bom experimentar.
– Percebi que você curte experimentar, até caiu no encanto de certas pessoas. — ela me encara e eu desvio o olhar.
Não vou esconder que fiquei revoltado por ela ter ficado com o Arrascaeta, isso me tirou do sério. Foi tipo um soco no estômago, uma mistura de incômodo com raiva. Não sei, é difícil explicar, mas essa situação toda mexeu comigo mais do que eu esperava, e eu precisei lidar com isso sozinho.
– Só pra constar, eu não fiquei com o Arrascaeta pra te atingir. Sinceramente, você foi a pessoa que eu menos pensei enquanto estava no Rio.
– Caraca, vai devagar.
Dou risada do gargalho que ela deu.
– Você tem que parar com essa mania Raphael. — nega com a cabeça.
– Que mania?
– De achar que o mundo gira ao seu redor.
– Eu sei que o mundo não gira ao meu redor. — arqueo as sombrancelhas. – Já você... Não posso dizer o mesmo.
Ela revira os olhos, mas não nega.
A partir daí, ficamos em silêncio. Um silêncio confortável, onde aproveitamos a brisa fria da noite e um céu mais estrelado que o normal. Pra quem mora em São Paulo, ver as estrelas é uma dádiva.
Às vezes, é nas pausas que rola uma compreensão mútua, e ali, com as estrelas de testemunha, parecia que a gente tava dando um tempo nas diferenças.
– Vai passar o Natal onde? — pergunto, fazendo ela desviar o olhar do céu para me encarar.
– Provavelmente vou ficar em casa mesmo. — responde meio cabisbaixa.

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𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.
FanfictionOnde o Raphael Veiga romântico e fofinho será consumido pela sua versão 𝐏𝐢𝐥𝐚𝐧𝐭𝐫𝐚. #1 - Palmeiras [25/11/2023] #1 - Raphael Veiga [22/01/2024]