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Raphael Veiga
A insônia já se tornou minha maior companhia na parte da noite. Só que hoje em específico, pensei que fosse um pouquinho melhor já que o dia foi tranquilo e eu consegui até ficar por cinco minutos sem pensar na bagunça emocional que estou vivendo.
Mas a mente humana é sacana demais. Contraditória demais. E todos os pensamentos caíram de uma vez só bem na hora de dormir.
Deixar Bruna em casa depois de dar um monte de desculpa pra ela não dormir aqui, foi um dos motivos que eu pensei que teria paz pra conseguir dormir melhor. Fora o fato de ter descoberto o sexo do nosso filho que foi incrível, uma sensação única, independente de qualquer coisa, é o meu filho. E eu vou fazer de tudo por esse moleque.
Só que por ironia do destino, Lorena também estava na clínica. Chegou animada, comprimentando as pessoas que trabalham lá, me oferecendo seu sorriso lindo de sempre... Até ver a Bruna. Daí o brilho literalmente sumiu.
Ela ficou inquieta. Triste. Nervosa. Tudo que eu odeio que ela sinta, principalmente quando um dos motivos sou eu.
Queria que Lorena se sentisse segura comigo, que eu fosse o lar preferido dela, que meus braços fossem pra onde ela corresse no momento de tristeza. Mas, por mais que eu me esforce para criar esse refúgio, há sempre esse obstáculo entre nós. Eu sei disso, isso me entristece, porque eu não queria que fosse assim.
Remoer essa história me faz ficar gelado, causa calafrios no meu corpo. Sou obrigado a levantar da cama e seguir até a cozinha onde bebo uma água.
Minha casa fresca por causa da varanda aberta me traz lembranças de que foi nela que eu troquei minha primeira conversa completa com Lorena. Cada corrente de ar que atravessa o ambiente parece carregar ecos daquele momento especial, como se as palavras trocadas naquela noite ainda pairassem no ar. Não consigo evitar um sorriso nostálgico, lembrando-me das trocas de provocações e da foto que ela tirou de mim com o flash ligado.
Solto um suspiro longo e fundo, observando uma sombra passando pela varanda de Lorena.
– Ela também tá acordada? — me pergunto, dando um último gole no copo de água.
Eu deveria ir lá? Bater na porta e perguntar se ela precisa de algo? De alguém? De mim?
Me vejo por vencido quando a chave da porta já está em minhas mãos. Entra na fechadura. E em segundos eu estou na porta do apartamento dela, dando dois toques sutis.
– Com insônia também? — é o que ela pergunta quando abre a porta. As bochechas coradas demais e os olhos vermelhinhos.
– Chorando, princesa? — franzi o cenho passando o polegar em sua bochecha.
– Não, não. Eu só... — raspa a garganta. – Quer entrar? Acabei de fazer um chá.
Me dá espaço na porta e eu passo. O cheirinho do chá pela casa me faz dar um suspiro tão profundo que meus olhos se fecham por alguns segundos.
– Poderia falar pra ficar a vontade, mas você já é de casa. — não gosto do jeito que ela fala, como se fossemos simplesmente dois conhecidos. Não é isso. Não somos só isso. – Não repara na bagunça.
– Já reparei. — fico assistindo ela catar as roupas pela sala. – Passou um furacão aqui?
– Passou a tempestade Lara, isso sim. — solta uma risada.
– Sei bem como é, já passou por mim também. — solto uma risada pelo nariz. – Tava escrevendo?
Aponto pro notebook em cima de uma coberta no sofá. Vou andando até ele, mas Lorena é mais rápida e o fecha antes que eu alcance.
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𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.
FanfictionOnde o Raphael Veiga romântico e fofinho será consumido pela sua versão 𝐏𝐢𝐥𝐚𝐧𝐭𝐫𝐚. #1 - Palmeiras [25/11/2023] #1 - Raphael Veiga [22/01/2024]