052. SER SOZINHA.

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Lorena Viana

Sabe a expressão de se ferrar bonito?
Prazer, tá falando comigo.

Obrigado Luísa, por fazer uma música pra mim.

Mas, calma também. Minha vida não acabou e nem está prestes a acabar... Pelo menos eu acho. Ainda tenho um emprego, ainda tenho uma casa, e eu ralei pra caralho até me estabilizar e chegar onde estou.

É assim que eu minto pra mim antes de dormir, aliás, isso quando eu consigo dormir, porque ultimamente é metade da noite chorando e a outra metade com insônia. Esses dias até os jogadores do São Paulo repararam na minhas olheiras.

Faz uma semana desde o dia que o Raphael “terminou” comigo. E eu jurei pra mim mesma que ia me acostumar, até porque, foram 23 anos sozinha e eu já me acomodei na solidão.

Sozinha eu me deito, sozinha eu me levanto, esse é o meu lema.

Oque não significa que eu esteja 100%. Evito Raphael o máximo que dá, eu tô até indo trabalhar mais cedo pra não correr o risco de esbarrar com ele no corredor ou no elevador.

Mas hoje...

– E aí sumida? — eu juro que até fechei os olhos de tanto susto que tomei. – Calma pô, sou eu.

– Filho da put... — penso bem antes de terminar a frase porque a coitada da Márcia não merece isso. – Bom dia pra você também, Gabriel.

– Bom dia. — abre o sorriso mais largo do mundo. – Saíndo de fininho é!? Já tá com macho dentro de casa?

– Não. — franzi o cenho. – Quer dizer... Não te interessa.

– Iiiih, pensou demais hein. É o Arrascaeta de novo?

Quem me derá, saudades daquele homem. Antes se tivesse continuado sentando nele e mandado Veiga pra casa do caralho. Com todo respeito.

– Pelo visto a inconveniência é de família. — faço careta pra ele e continuo meu caminho pelo corredor.

– Não vai me perguntar o que eu tô fazendo aqui? — anda atrás de mim.

– Ué, pra que? Sei que você estava com seu irmão. — dou de ombros. Os passos dele são largos e em segundos ele já está caminhando do meu lado acompanhando meu ritmo.

– Não vai me perguntar o por que deu estar com ele?

– Com todo respeito do mundo Gabriel, mas a pessoa de quem eu menos quero notícia nesse momento, é o Raphael. — ajeito minha mochila nas costas me sentindo incomodada com essa conversa.

– Você sabe que ele também tá sofrendo né?

– Uau, ele tá sofrendo consequências dos próprios atos?? Quem diria hein. — debocho.

– Para com isso. — tromba o ombro no meu, quase sou jogada contra a parede do corredor. – Para de fingir que não se importa.

– E quem disse que eu não me importo? — franzi o cenho pra ele. – Eu só tenho a consciência que isso não é mais um problema meu.

– Eu fico muito puto com essa situação, porque eu avisei tanto pro Raphael que ele ia te machucar. — passamos juntos pela porta do elevador e eu observo ele aperta o botão de descida. – Eu sabia que você não merecia passar por isso.

Oxê. O que tá rolando aqui?

– Então por que não avisou pra mim ao invés de falar pra ele?

– Pra ele ficar com raiva de mim? — joga o corpo na parede de metal do elevador. – Você nunca viu o Raphael com raiva, não deve ter noção de como é.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora