013. COMEMORAÇÃO.

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Lorena Viana

Estava a minutos atrás assistindo o jogo do Palmeiras contra o Cruzeiro, jogo do título brasileiro e pro choque de zero pessoas, o segundo colocado não fez 8 gols e eles levaram a taça em pleno Mineirão.

Fui dormir assim que toda a comemoração foi feita, era por volta das meia noite quando terminou. E eu basicamente só tirei um cochilo no sofá, porque agora são 4:20 da manhã e tem alguém batendo na minha porta.

Levanto entre cambaleos e até esqueço de olhar pelo olho mágico antes de abrir.

– Desculpa, te acordei né!? — a voz de Raphael rouca me faz piscar os olhos algumas vezes pra ter certeza que não é um sonho. – Tentei te ligar, mas você não atendeu.

– O que? — arqueo as sombrancelhas.

– Vim te buscar. — ele abre um sorriso. – Sei que você não torce pra time nenhum, mas queria que participasse da comemoração comigo. — dá de ombros.

Fixo meus olhos em Raphael pra ter certeza de que isso não é um sonho, mas a única coisa que eu consigo enxergar é o fato dele continuar bonito mesmo com a aparência caótica. O cabelo completamente bagunçado, a blusa suada colada no corpo, o rosto vermelho, o maxilar bem marcado. Gostoso até sem querer.

– Você vai ter a noite inteira pra me admirar Lo. — dá um sorrisinho de lado. – Posso entrar? — dou espaço pra que ele passe pela porta.

Estou ainda em estado de choque. Caramba, eu acabei de acordar e já dou de cara com esse homem na minha frente. E ele entra na minha casa como se já fossemos íntimos. Senta meio jogado no sofá, com as pernas abertas e o short apertado em suas coxas grossas.

– Você tem... — olha as horas no relógio. – 15 minutos pra ficar pronta.

– A gente vai pra onde exatamente? — consigo abrir a boca e minha voz saí tão baixa que se ele escutou é um sinal que a audição dele é ótima.

– Subir no caminhão que tá esperando a gente no centro. — sorri com os lábios.

Fico parada por mais alguns segundos, e quando minha ficha finalmente cai de que isso não é um sonho eu saio do lugar, vou pro quarto procurar uma roupa, mas antes escovo os dentes e tomo um banho de dois minutos, só pra tirar o sono do corpo.

Eu tenho muitas perguntas vagando na minha mente messe momento. MUITAS.

Mas nenhuma delas conseguem ser mais forte do que; Por que diabos ele veio me buscar?

Não somos nem tão amigos assim e muito menos namorados. Mas ele se deu o trabalho de vim até aqui e me buscar. A confusão na minha cabeça só aumenta, e essa atitude inesperada só adiciona mais pontos de interrogação a tudo isso.

– Tô pronta. — chamo sua atenção e ele me olha dá cabeça aos pés.

– Tênis ok, saia ótimo... — faz ok com os dedos. – Mas, e a blusa do meu Palmeiras?

– Não tenho blusa do Palmeiras. — nego com a cabeça.

– Tá. — coça a cabeça. – Aceita essa daqui? — se refere a sua camisa.

– E você vai ficar sem camisa?

– Não, eu vou lá em casa pegar outra. — tira a camisa e joga em mim. – Me espera no corredor. — me dá as costas.

Estou acordada agora, até demais. O jeito como ele tirou a camisa me trouxe boas lembranças. Suspiro fundo, tirando minha blusa e vestindo a dele. Sinto o perfume impregnado na camisa, uma mistura única que carrega lembranças e uma pitada de ousadia que parece acompanhar cada movimento que eu faço.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora