010. INCÊNDIO.

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Raphael Veiga

Vi Lorena perdida na hora de ir embora procurando por alguém.

– Perdida marrentinha? — pergunto.

– E você se importa? — cruza os braços sobre o peito.

– Na verdade não. — ela trava os dentes. – Mas sabe como é né, tenho que manter minha postura de príncipe.

– Sendo assim, acho que vou ter que ir embora com outra pessoa. — desencosta da parede. – Viu Maddy por aí?

– Vi sim, foi embora com outra menina. — coloco as mãos na boca. – Vish, não era pra você saber.

– Ha ha ha, muito engraçado Raphael. — faz careta. – Eu sei que ela foi embora sozinha, eu vi.

Se entregou, sem que eu precise de muito esforço. A verdade é que Lorena é meio lerdinha, e me sinto um idiota por achar isso ainda mais atraente.

– Bora. — tiro as chaves do carro do bolso.

– Bora pra onde?

– Pra casa né Lorena, a gente mora no mesmo lugar, te dou uma carona.

– Ah não, obrigado. — ela recusa. – Vou pegar um Uber, é melhor.

– Uber uma hora dessa vai ficar um absurdo, para de marra e entra no meu carro.

– Não é marra, é só que... — Chata. Chata. Chata.

Por isso decido silenciar ela com vários selinhos até que abra uma pequena fresta em sua boca e entenda oque eu quero.

Minha língua desliza por um caminho que já conhece, me sinto a vontade, minha respiração está leve, e nossos lábios roçam um no outro em um contraste entre o frio e o quente. O beijo é lento, mas sinto Lorena mais ansiosa do que eu pra encerrar esse beijo de outra maneira. A mão dela desliza pelo meu cabelo e ela arranha minha nuca me fazendo soltar um leve rosno contra sua boca.

– Vamos terminar isso em casa. — suga meu lábio inferior. – O que você acha?

– Eu não. — ela franzi o cenho não entendendo minha resposta. – Sou fraco demais pra isso.

A cara de Lorena está impagável, surpresa com minha resposta, mas ao mesmo tempo com um sorrisinho de canto de boca.

– Fala sério, Lara realmente te contou? — dou risada.

– Óbvio, ela é minha amiga e não sua. — estalo a língua no céu da boca. – Agora vem, vamos embora.

Puxo ela pela mão e a guio até meu carro, abrindo a porta pra ela.

– Primeiro as damas. — ela passa.

– Eu não vou transar com você Veiga, pode parar. — gargalho.

– Quem falou em transar? — dou a volta no carro e entro.

– Nem precisa, sua cara te entrega. — me encara.

– Minha cara está normal.

– Normal. — ri. – Isso aqui é normal? — desliza o dedo pelo meu maxilar. – E isso aqui também... — agora sua mão que desliza pelo meu peitoral, passando pela minha barriga e chegando até a cordinha da minha bermuda que ela desamarra. – Só pra constar, essa estampa não te valorizou. — puxa o elástico fazendo meu quadril subir e descer rápido.

Uma onda de eletricidade passa das mãos de Lorena e me atinge com vontade, preciso apertar o volante pra controlar meus pensamentos.

– Não encosta em mim até a gente chegar em casa.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora