060. É O RAPHAEL VEIGA.

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📍MINAS GERAIS

MINEIRÃO

Lorena Viana

- DEIXA EU DESCER PRIMEIRO. - grito antes que todos eles se levantem.

- Agora pronto, por que? - Lucas questiona.

- Superstição. - Diego responde por mim.

- Isso aí dieguito. - faço um joinha pra ele enquanto me levanto. - Bom que fica mais fácil pra eu filmar vocês saindo do ônibus também.

- Eu posso descer com você? - Carprini pergunta.

- Não, fica aí você também. Com todo respeito do mundo professor. - puxo a câmera do guarda bagagem em cima dos acentos. - Depois você vai me agradecer.

- Deixa seu namoradinho palmeirense saber que você tá torcendo pra nós. - namoradinho não Arboleda, namorado mesmo.

- Ele já sabe. - dou de ombros.

- Caralho, ela assumiu tá vendo. - a cara que dele de surpresa me faz rir.

- Ai gente, cala a boca pra eu gostar mais de vocês. - reviro os olhos.

Desço antes deles e fico filmando cada um sair do ônibus. Está todo mundo tão concentrado, que eu tô começando a ficar nervosa como se fosse jogar também.

Raphael tentou me comprar de todas as formas pra que eu vestisse a camisa do Palmeiras com o nome dele, mas eu tenho amor ao salário que caí na minha conta todo mês.

Falando nele, será que o ônibus do Palmeiras já chegou? Fiquei sabendo que algum torcedor do São Paulo jogou pedra no ônibus deles, queria saber se tá tudo bem.

- Lorena Viana. - franzi o cenho e olhei pra porta do vestiário avistando uma mulher que eu nunca vi. - Sua credencial. - estica um crachá.

- Minha credencial? - ela assente com a cabeça. - Mas eu já tô com a do São Paulo.

- Essa é pra você ter acesso a área do Palmeiras, o Raphael Veiga mandou te entregar.

Eu acho que o Veiga quer me enlouquecer, é isso. Claramente querendo me ver desempregada, vivendo as suas custas (não é uma reclamação, inclusive, abençoa Deus).

- Meu Deus, eu vou matar ele. - mumurro, indo até a moça e aceitando a credencial. - Obrigado.

Ela sorri com os olhos e se retira. Pego na credencial e olho para ver se realmente é para mim ou se ela não me confundiu com outra pessoa, mas o nome da credencial está exatamente assim: "Mulher do Veiga".

Não é namorada, amiga, ou somente meu nome. É MULHER.

Aquelas duas palavras, tão simples e tão complexas ao mesmo tempo, ecoa na minha mente, provocando uma mistura de emoções que eu lutava para compreender. Provavelmente meu rosto está completamente corado agora e eu simplesmente não consigo disfarçar o sorriso enorme que sai da minha boca. Fico encarando a credencial em minhas mãos por alguns minutos até criar coragem para pendurá-la no pescoço.

Com um suspiro de determinação, ajusto a credencial e dou um passo adiante até sair do vestiário e ir pro corredor aonde os jogadores têm acesso ao campo. Fico tirando foto do escuto do São Paulo e das decorações que tem a data e o adversário do jogo, só pra criar um conteúdo no insta antes.

- Psiu. - o chamado me faz dar um pulinho de susto. - Gatinha hein, solteira?

Não sei se eu tô muito apaixonada, ou se cada que passa ele realmente tá cada vez mais bonito. Deus me perdoe, mas esse corte de cabelo deixou ele um tesão.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora