038. CASO INDEFINIDO.

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Lorena Viana

Raphael abre a porta do armário depois de uns 15 minutos. Já tava quase dormindo aqui.

– Porra, que demora hein!? — bocejo. – Achei que tinha me esquecido aqui.

– Jamais. Só fui conferir se tá todo mundo no refeitório. — estende a mão me ajudando a sair do armário.

– E tá?

– Não achei os piores. — solta um suspiro pesado. – Kevin e Endrick sumiram, acho que já foram.

– Putz, justo esses? — solto uma risada. Limpo minha roupa, observando ele olhar cada movimento que eu faço. – Que humilhação viu!? Nunca mais.

– Nunca mais o que? — prende os lábios. – Nunca mais vai vim me visitar?

– Nunca mais vou transar com você em outro lugar que não seja seguro.

– Vamos ver até quando isso vai durar. — ele ajuda a ajeitar minha saia no corpo. – Ultimamente, você não tem resistido muito.

Bufo, mas não falo nada. E ele sabe que eu fiquei sem saber o que dizer, porque solta uma risada.

Em silêncio, trocamos olhares que traduzem o confronto de vontades, como se estivéssemos em um duelo de resistência. Não é preciso palavras para entender que esse é o nosso jeitinho de lidar um com outro, ambos estamos determinados a vencer da nossa maneira. Com um dos dois no comando.

Deixo Raphael sair do vestiário na frente, ele olha de um lado pro outro e me dá a mão. O corredor tá aparentemente vázio, mas da pra ouvir conversas das pessoas trabalhando em cada uma dessas salas daqui.

– EU SABIA. — Kevin grita, pulando de trás da pilastra nos assustando. – Faz o pix aí Endrick. — faz uma dancinha do tiktok na nossa frente, enquando o amigo também saí de trás da pilastra.

– Porra príncipe, perdi cenzão por sua causa. — Endrick reclama. – Confiei em você.

– Mano. — Veiga passa a mão no rosto, impaciente. – Vocês são duas pragas.

– Deixa a carminha saber que você tá trazendo mulher pro treino viu!? — Kevin cruza os braços em frente ao corpo.

– Carminha? — franzi o cenho.

– É a tia Leila. — Endrick me responde rindo. – Quem te viu e quem te vê em Lorena, mo cara de santa.

Dou de ombros dando um sorrisinho de lado. Veiga me analisa, e revira os olhos.

– Saí. Da. Minha. Frente. — o cara que ainda está com a mão apertando a minha fala pausadamente. Ele tá bravo, o rosto vermelho entrega o constrangimento. – Vocês dois tão fudido comigo.

– Ah, vai ameaçar? — dou risada da voz fina que o Endrick faz. – Se eu fosse você, já ia anotando meu pix pra fazer um agradinho pra mim.

– Agradinho? Eu quero que você e o Kevin explodam.

– Relaxa príncipe, vai ser nosso segredo. — Kevin aponta pra si mesmo e pros amigos. – Além do mais, eu já sabia, só queria ter certeza.

– Ah, sinceramente... Eu não tô nem aí. — passa por eles trombando no ombro de ambos.

– Tchau meninos. — aceno com a mão.

– Tchau. — respondem em sintonia, acenando igual duas crianças.

Raphael anda comigo lado a lado pelo corredor, com a mão na minha e nossos dedos entrelaçados. A gente passa entre alguns funcionários do CT, que ele cumprimenta e faz questão de me apresentar um por um.

𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.Onde histórias criam vida. Descubra agora