𝐏𝐈𝐋𝐀𝐍𝐓𝐑𝐀 - 𝐑𝐀𝐏𝐇𝐀𝐄𝐋 𝐕𝐄𝐈𝐆𝐀.

066. LOIRA.

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Lorena Viana

– Eu juro que se você pedir mais alguma coisa pro Raphael, eu vou te mandar hoje ainda de volta pro nordeste. — repreendo Lorenzo, meu irmão mais novo.

– Cê não era agressiva assim não hein. — vai levantando aos poucos do sofá. – A cidade grande te deixou agressiva.

– Tive que ficar agressiva pra pessoas não passarem por cima de mim. — sorrio com os olhos.

– Deixa ele, amor. — defende dando risada. – Ele só queria uma foto.

– A vigésima? — arqueo as sombrancelhas e os dois dão risada.

Que sensação gostosinha tá vivendo e vendo isso daqui, todo mundo conversando, meu pai ainda um pouco distante, mas mesmo assim rindo das piadinhas idiotas que o Raphael solta às vezes. Minha mãe como de costume, na cozinha preparando algo e julgando cada ingrediente que tem no meu armário com a justificativa de que eu não tenho um tempero nordestino o suficiente.

E ainda sim, quem mais me preocupa é meu irmão mais velho. Luís tá quieto, até demais. Se escorou na minha varanda e não saiu mais dali, nem sequer fez aqueles questionamentos toscos de irmão ciumento.

– Mainha... — apoio os copos na pia aonde ela está. – Luís tá bem?

– Rum, esse daí... — estica a cabeça pro meu irmão. – Tá cabisbaixo assim desde o dia que foi embora daqui da cidade grande pela segunda vez.

– Segunda vez? — arqueo as sombrancelhas.

– Sim. — dá dois tapinhas na minha mão pra que eu tire elas da bancada e ela espalhe a massa de biscoito. – Dá primeira vez que ele veio, se enroscou com um rabo de saia e quis voltar em menos de uma semana.

Eu não falei!? Eu sabia. Sabia que tinha mulher na história. Ninguém vem pra São Paulo do nada, sem ter alguma motivação. E estava muito óbvio que a do meu irmão era alguma patricinha daqui.

– Ai quando ele voltou, a loira terminou tudo. — nega com a cabeça. – Disse que tinha encontrado seu propósito de vida e não era o seu irmão.

– Meu Deus. — deixo minha boca entreaberta. – Ela disse isso pra ele?

– Disse e ainda completou que tinha voltado com o ex amor. — mainha parece descontar a raiva na massa. – Daí então ele ficou assim, triste.

– Olha, pra fazer o Luís sofrer... O negócio foi intenso. — afirmo com a cabeça várias vezes.

– E o que você entende de amor intenso, Lorena? — arquea as sombrancelhas pra mim. – Raphael é o seu primeiro namorado.

– Pois foi com ele mesmo, mainha. — solto uma risadinha. – Aconteceu tudo muito rápido, segui somente minhas vontades desde o primeiro dia que pisei aqui. — me olha de lado. – Quem vê ele assim... Nem imagina o que já aconteceu em tão pouco tempo com nós dois.

– Mas você tá feliz? — para de mexer na massa pra me olhar.

Não só feliz, como satisfeita também. É satisfatório ver Raphael voltando aos poucos. Sempre escutei tanta coisa desde o dia que comecei a me envolver com ele que sinceramente, só me desmotivavam em continua com aquilo.

Enquanto Lara me dizia que seu modo de ser tinha mudado por causa do seu relacionamento passado, Maddy me avisava o básico, que homem não presta e que era só uma desculpa pra ele fazer suas merdas. E do outro lado eu ainda tive Helena, que por todo momento o único intuito dela era não me ver sofrendo e que estaria disposta a acabar com ele se for preciso. Dentro de tudo isso ainda teve o Gabriel, que se meteu defendendo o irmão e tentando me convencer a não desistir da versão antiga.