A tosse repentina de Simone soa bem parecida com uma risada.
– Smurfs, hein? Então era isso que tinha naquelas caixinhas. Pensei que você estivesse comprando roupas minúsculas pela internet. – Ela tenta me provocar – Acha apropriado receber objetos pessoais no seu local de trabalho, Soraya?
– Ela tem todo um armário de Smurfs. Tem um... O que era mesmo, Yaya? Um Smurf Thomas Edison? Esse é bem raro, Simone. Os pais deram de presente quando ela terminou o colegial.
Carlos continua alegremente me humilhando.
– Já chega, Carlos! Como você está? Como está o seu dia? – Com mãos suaves, pego seu aparelho portátil e assino, atestando que recebi o pacote. Carlos e sua boca enorme...
– Seus pais deram um Smurf de presente quando você se formou? – Simone relaxa na sua cadeira e me observa com um interesse cínico. Espero que o meu corpo não tenha esquentado a superfície de couro.
– Sim, claro. Você certamente ganhou um carro ou algo assim. E me pego morrendo de vergonha.
– Tudo indo bem, minha querida – Carlos enfim responde, pegando de volta a engenhoca e apertando vários botões antes de enfiá-la no bolso.
Agora que o componente profissional da nossa interação está concluído, ele abre um sorriso sedutor.
– Ainda melhor agora que a vi. Já disse, Simone, minha amiga, se eu trabalhasse de frente para essa criaturazinha linda, eu simplesmente não trabalharia.
Carlos Cesar enfia os polegares nos bolsos da calça e sorri para mim.
Não quero ofendê-lo, então finjo estar de bom humor e viro os olhos.
– É uma luta constante – Simone responde com sarcasmo. – Sinta-se feliz por não ter que passar o dia todo aqui.
– Ela deve ter um coração de pedra.
– Sem dúvida. Se eu conseguir apagar e encaixotar essa mulher, você entrega em algum lugar muito, muito distante?
Apoio-me na mesa e olho para o meu pequeno pacote.
– Os preços de entregas internacionais subiram recentemente – Cesar avisa.
Simone nega com a cabeça, entediada com a conversa, e começa a logar em seu computador.
– Tenho algumas economias. Acho que Simone adoraria uma aventura de férias no Zimbábue.
– Você é muito malvada, não é?
O aparelho no bolso de Cesar emite um bipe e ele começa a andar com meu rosto ao elevador.
– Bem, Yaya, foi um prazer, como sempre. A gente se vê em breve, sem dúvida, depois do seu próximo leilão na internet. – Tchau.
Ele entra no elevador e eu me viro na direção da minha mesa, rosto automaticamente neutro outra vez.
– Absolutamente patético.
Faço um barulho típico desses programas de pergunta e resposta.
– Quem é Simone Tebet? – Falo com ironia, já que a sua opinião é o que menos me importa.
– Soraya flertando com entregadores. Patético.– Ela resmunga de sua mesa.
Olá Moranguinhos, espero que tenham ficado curiosos com o enredo, deixa a estrela e um comentário para eu saber sua opinião.
Obrigada por lerem!
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Jogo do amor - Ódio
RomanceSoraya e Simone são completamente opostas, mas obrigadas a trabalharem juntas elas aprendem a conviver na base do jogo do amor ou ódio... Uma convivência que leva ambas a descobrirem sentimentos que antes não eram sequer possíveis e que transforma a...