A policial boazinha e a policial universalmente desprezada.
Percebo que os Saraivanos estão sentados à esquerda e os JB's à direita.
– Teremos um total de seis desafios hoje – Simone começa a explicar.
– Sete se vocês incluírem ela – acrescento, provocando risos.
Ela fecha a cara para mim.
– Seis equipes de quatro pessoas. Em cada desafio, estarão em um grupo diferente. O objetivo é conhecer seus colegas em um ambiente ao ar livre e repleto de atividades.
Como equipes, desenvolverão estratégias para pegar a bandeira antes dos outros.
O pessoal parece não entender nada. Depois de bufar, Simone prossegue:
– É sério mesmo que ninguém aqui nunca brincou de paintball? Vocês vão tentar pegar a bandeira antes da equipe adversária. A regra principal: não vale atirar nos marechais que estão com as bandeiras. Nem no rosto ou na virilha dos colegas.
Droga, era justamente com isso que eu estava sonhando.
– Maria, Tom, Fernanda, Carmen, vocês são os marechais. Vão ficar em um lugar privilegiado, ao lado da bandeira, e avaliar a participação das equipes. Tomem notas se quiserem.
Fico ligeiramente mais tranquila. Estava um pouco preocupada imaginando esses quatro arrastando seus corpos pesados, doloridos e velhos pela quadra de paintball. Carmen e Maria assentem uma para a outra enquanto Simone passa para trás quatro pranchetas. Seria melhor ela ter discutido tudo isso comigo. Agora ela detém total controle, e eu não gosto nada disso.
– Depois que terminarmos, vamos nos reunir no deque para tomar um café e discutir o que aprendemos sobre nossos colegas hoje. – Então, ajeita-se outra vez em seu assento.
– Alguma pergunta? – Olho em volta e vejo algumas mãos erguidas.
– Receberemos alguma roupa especial? – alguém diz
Simone diz algo baixinho, algo que soa como "que idiotas!". Eu respondo à pergunta:
– Cada um vai receber uma roupa especial e um capacete para garantir a proteção dos olhos e do rosto. – Sinto Simone olhando para o meu quadril. – Então, sim.
Vejo Carlos baixar a mão.
– Paintball provoca dores?
– Muitas – Simone diz em seu banco.
– Lembrem-se, pessoal, o objetivo não é machucar os colegas. – Olho para Simone. – Por mais que sintam vontade de fazer isso!
– Vocês duas vão estar em equipes rivais? – alguém grita no fundo do ônibus, provocando risos.
Nossa reputação de odiar uma a outra saiu um pouquinho do controle e grande parte da culpa disso é minha. Tenho que parar de fazer piadinhas envolvendo meu ódio por Simone.
– O objetivo da atividade é trabalharmos em equipe. Até mesmo Simone e eu vamos chegar a um entendimento hoje. Enfim. Ao grande prêmio!
As palavras fazem todos se sentarem com a coluna ereta.
– O prêmio... – Simone me interrompe. – É um dia de folga extra e remunerado. Sim, vocês ouviram direito. Um dia de folga remunerado. Mas terão de conquistá-lo demonstrando um comprometimento impressionante com a sua equipe.
Todos começam a cochichar. Um dia de folga. Um dia livre da prisão.
Cadê as estrelinhas, moranguinhos??
Um beijo e obrigada por lerem!!
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Jogo do amor - Ódio
RomanceSoraya e Simone são completamente opostas, mas obrigadas a trabalharem juntas elas aprendem a conviver na base do jogo do amor ou ódio... Uma convivência que leva ambas a descobrirem sentimentos que antes não eram sequer possíveis e que transforma a...