Sou geminiana logo sou simpática

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Simone está violentando seu teclado.

Certamente é uma grande digitadora, dessas que não precisam olhar as teclas.

Passo por sua mesa e sou agraciada com a imagem de uma Simone frustrada, tendo de deletar alguma coisa.

– Sou gentil com ele. – Respondo

– Você? Gentil? – Levanta as duas sobrancelhas sem olhar para mim.

Fico surpresa com a maneira que me sinto ofendida.

– Eu sou um amor de pessoa. Pode perguntar a qualquer um. – Me defendo

– Está bem. Simone, ela é um amor? – pergunta a si mesma em voz alta. – Hum, deixe-me pensar.

Ela pega sua lata de balas, abre a tampa, analisa, fecha a tampa e olha para mim.

Abro a boca e ergo a língua como uma paciente com problemas mentais esperando o medicamento.

– Ela tem algumas coisas adoráveis, acredito.

Com um dedo levantado, anuncio duramente:

– Recursos Humanos.

Ela deixa a coluna ereta na cadeira, mas o canto de sua boca se repuxa. Eu

queria poder usar os polegares para puxar sua boca em um sorriso enorme e perturbado. Enquanto a polícia me arrastasse algemada para fora da sala, eu gritaria: "Sorria, sua maldita!"

Precisamos empatar, porque não é justo. Ela roubou um dos meus sorrisos e me viu sorrir para incontáveis outras pessoas. Eu nunca a vi sorrir, tampouco vi seu rosto com outra expressão que não fosse apatia, tédio, carranca, desconfiança, cautela ou rancor. Ocasionalmente, depois das nossas discussões, ela adota outra expressão: o semblante de uma assassina em série.

Atravesso novamente a sala e sinto sua cabeça girar.

– Não que eu me importe com a sua opinião, mas as pessoas gostam de mim aqui. Todos ficaram animados com o meu clube do livro, o qual você deixou totalmente claro que acha uma idiotice, mas vai ser uma criação em equipe bastante relevante, considerando o lugar onde trabalhamos.

– Você é uma capitã da indústria.

– Eu levo as doações para as bibliotecas, eu planejo a festa de Natal, eu deixo os estagiários me acompanharem... – Vou usando os dedos para contar tudo o que faço.

– Você não está ajudando a me convencer de que não se importa com o que eu penso.

Ela apoia o corpo no encosto da cadeira, seus dedos longos entrelaçados sobre o abdômen misterioso. O botão próximo ao seu polegar está parcialmente fora do lugar. Não sei o que meu rosto denuncia, mas ela olha para baixo e arruma o botão.

– Estou pouco me lixando para o que você pensa, mas quero que as pessoas normais gostem de mim.

– Você é cronicamente viciada em fazer as pessoas gostarem de você.

O jeito como ela pronuncia essas palavras me dá um pouco de enjoo.

– Bem, sinto muito por fazer o meu melhor para manter uma boa reputação. Por tentar ser positiva. Você é viciada em fazer as pessoas odiá-la, então formamos um par e tanto.

Sento-me e aperto o botão do meu mouse cerca de dez vezes com toda a minha força.













Olá Moranguinhos, espero que tenham ficado curiosos com o enredo, deixa a estrela e um comentário para eu saber sua opinião.

Obrigada por lerem!

Jogo do amor - ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora