Ambas respiramos e roubamos todo o oxigênio da sala.
Ontem à noite, ela me segurou debaixo de um poste e me deu um beijo calculado, só para me deixar com mais desejo. Agora sei qual foi meu problema hoje. Excesso de desejos.
Imagens de nós duas, em outra vida, na Toscana, continuam brotando atrás das minhas pálpebras enquanto ela beija minha boca, toca minha língua, respira e suspira.
Simone queria isso. Estava tão desejosa quanto eu. Minha boca tem gosto de baunilha; a dela, de menta. E as duas se combinam para criar uma mistura deliciosa.
Um milagre aconteceu. Não sei quando, mas agora sei que aconteceu. Simone Tebet não me odeia. Nem um pouco. Não tem como me odiar se me beija desse jeito.
Ela solta uma mão dos meus cabelos e a abre em meu maxilar, acariciando a pele, inclinando meu rosto. Tudo é completamente doce, mesmo quando nossas línguas começam a deslizar em movimentos sacanas.
Passo meu joelho sobre seu colo, sentindo a parte interna da coxa alongar.
– Jurei a mim mesma que não viria aqui esta noite.
– Ainda assim, está aqui. Veja que interessante...
Deslizamos o olhar da minha coxa para a dela e não consigo não esfregar meu quadril para a frente.
Essa nova posição derrama poder e adrenalina em meu sangue. Levo as
mãos à sua clavícula e o observo. Seus cabelos continuam ligeiramente úmidos.
Seguro sua nuca e a puxo na direção do meu coração.
Começo a deslizar lentamente minhas mão por seus seios e costelas, testando a densidade da carne.
Ela é tão gostosa que sou capaz de traçar a linha entre cada músculo, mesmo com a barreira da camiseta. Aliás, tento puxar a bainha da camiseta, mas ela está presa debaixo dos meus joelhos.
A impaciência toma conta de mim. Quase arranco a camiseta de Simone, mas forço meus dedos a se soltarem. Ela deve perceber esse toque de mulher das cavernas porque fecha os olhos e sua garganta solta um gemido.
– Às vezes você me olha como se fosse uma...
Ela esquece o que estava dizendo quando começo a beijar seu maxilar.
Suas mãos descansam na lateral das minhas panturrilhas. Ela está me deixando controlar a situação, e gosto disso. Sinto ela sorrir e mordisco seu lábio inferior.
O sofá cede levemente abaixo dos meus joelhos e, conforme nossas roupas começam a se esquentar com a fricção, sinto sua mão mais inquieta me ajudando nos movimentos para frente e para trás.
– Eu preciso disso – digo a ela e vejo seus olhos se tornarem violentamente escuros.
Seguro sua roupa, a puxo para perto e nos beijamos outra vez.
Esfrego meu quadril lentamente em seu colo largo e suas mãos deslizam por meu corpo em uma série de pausas lentas, apalpando-me. Ombros, lateral dos seios.
Estremeço e ela leva a mão mais para baixo. Costelas, a curva da cintura. Quadril. Nádegas.
Suas mãos deslizam por minhas coxas, seus dedos longos se arrastando pela costura da minha calça jeans. Ela desliza o dedo por minhas panturrilhas. Quando levo meu rosto junto de seu pescoço, suas mãos se apertam em meus tornozelos, um breve lembrete de que, se quisesse, ela poderia assumir o controle.
– Gosto de como você é pequena, me sinto mais completa.
Ela certamente soa como quem gosta do meu corpo e quer explorá-lo outra vez.
Deixem a estrelinha, moranguinho.
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Jogo do amor - Ódio
RomansaSoraya e Simone são completamente opostas, mas obrigadas a trabalharem juntas elas aprendem a conviver na base do jogo do amor ou ódio... Uma convivência que leva ambas a descobrirem sentimentos que antes não eram sequer possíveis e que transforma a...