Estou ficando perigosamente excitada com seus sorrisos. Agora foi o terceiro que recebi? Estou guardando-os no bolso. Estou enfiando-os na boca.
– Mas... – Minha voz soa como um apelo. – Eu pensei que...
Suas sobrancelhas se apertam em uma demonstração falsa de quem não está entendendo nada.
– Você sabe... – continuo.
– Fico magoada por saber que só sou desejado pelo meu corpinho. Eu não tive direito nem a um encontro antes.
E olha outra vez para nossas mãos.
– Pelo que posso ver, você tem ossos maravilhosos. O que mais eu poderia querer de você?
Passo a mão deslizando de seu ombro até seu pescoço, minha parte preferida, por enquanto.
É a pior rotina de sedução imaginável, mas Simone não parece se importar.
Seu pescoço é grande demais, gostaria de colocar minhas duas mãos em volta dele.
Meu vestido desliza um pouquinho quando estendo a mão na direção de Simone, e seu olhar aponta para o meu decote, agora mais revelador.
Quando voltamos a nos olhar nos olhos, percebo que falei a coisa errada. Ela rapidamente franze a testa.
– Não vamos fazer nada esta noite.
Quase solto o corpo para trás, porém, enquanto observo suas pálpebras fechando e ela respira fundo, percebo que não quero que esta noite termine.
– Se eu fizer uma pergunta, você responde?
– Você faz a mesma coisa?
Agora ela está recobrando a compostura, assim como eu estou.
– É claro.
Tudo o que fazemos é olho por olho, dente por dente.
– Está bem.
Ela abre os olhos por um instante e não consigo pensar em nenhuma pergunta que evite que eu revele demais a meu respeito no processo.
O que você realmente pensa de mim? Tudo isso é um plano elaborado para bagunçar a minha cabeça? Quão terrivelmente ferida eu vou ficar?
– Façamos um jogo, como sempre. Mais fácil assim. Verdade ou desafio? – Tento soar tranquila.
– Verdade. Porque você está morrendo de vontade que eu diga desafio.
– O que significam os códigos a lápis na sua agenda do trabalho? Sinais para o RH?
Ela fica séria.
– Qual é o desafio, então?
Seu cheiro me envolve e entorpece. O sofá macio e aquecido conspira para me empurrar mais perto de seu colo.
– E precisa perguntar?
Simone se levanta e também me faz levantar. Minhas mãos se curvam na
cintura de sua calça e eu não sinto nada além da pele firme contra os nós dos meus dedos. Quase começo a salivar.
– Não podemos começar esta noite.
Ela afasta meus dedos de sua calça.
– Por que não? Está menstruada?
Acho que estou implorando.
– Vou precisar de um pouco mais de tempo.
– Ainda são 22h30.
Acompanho ela em direção à porta de entrada.
– Você me disse que só faremos isso uma vez. Vou precisar de muito tempo.
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Jogo do amor - Ódio
RomanceSoraya e Simone são completamente opostas, mas obrigadas a trabalharem juntas elas aprendem a conviver na base do jogo do amor ou ódio... Uma convivência que leva ambas a descobrirem sentimentos que antes não eram sequer possíveis e que transforma a...