A Deusa do Mago - Uma história de Amor

CAPÍTULO 28 - TUDO QUE É BOM, DURA POUCO

Os últimos meses foram realmente bons e já estamos em julho. As férias começarão em poucos dias. Meu pai não está exatamente contente, mas cumprindo com a sua parte do acordo. Agora já não preciso mais ver Wagner apenas durante a semana, pois, agora ele tinha "passe livre" para estar comigo quando quisesse, mas dentro de casa, é claro. Papai não deixa ficarmos longe da supervisão de alguém. Eduardo é o que chamamos de
"segura vela".
Tudo está correndo bem, mas meu urso ainda não fala comigo. Nem mensagens ele tem me enviado. Acho que preciso tomar uma atitude.
Chego à escola e vejo que Wagner ainda não chegou. Subo para a sala e meu urso está sentado no seu novo lugar. Tenho que ir falar com ele. Não acho que as coisas podem continuar assim, gosto dele e sinto sua falta.
Vou até sua carteira, ele me olha e dá um sorriso, mas nada além disso. Abaixo, abraço-o, começo a lhe dar beijos em seu rosto e contando cada um deles. Ele sorri com a cena, mas não me faz parar. Apenas depois de vários minutos beijando seu rosto, paro e me levanto para sair. Ele me pega pelo braço e pergunta:
-O que foi isso, pode me dizer?
-Estou fechando minha contabilidade e acho que tudo isso te pertence. - ele sorri.
-Então é assim, a senhora vem aqui, me abraça sem permissão, enche-me de beijos e vai embora sem dizer nada?
-Não gostou? Então, me faça um favor.
-Qual? - ele pergunta.
-Me devolva cada um deles! Ele dá uma gargalhada e diz: - Muita esperteza sua!
-Sinto sua falta! - eu digo.
-Eu sei Ann, também sinto. Acho que estou pronto para voltar. Vou contar um segredo, quer ouvir?
-Claro!
-Estou namorando!
-Sério? Que legal! - dentro de mim algo se quebra, mas não posso ser tão egoísta.
Ele pega suas coisas e volta para o seu antigo lugar, à minha frente. Fico feliz, ele me agarra, agora sorrindo.
-O que foi?
-Nada Ann, só está na hora de pagar a minha dívida.
Dou um sorriso. Ele me agarra e começa a enche me de beijos. Enquanto ele beija por diversas vezes as minhas bochechas, também vai contando. Ele não me solta. De repente, ouvimos um barulho vindo da porta.
Wagner está lá, não sei há quanto tempo. Thiago me solta, enquanto me pede desculpas.
-Está tudo bem. Você é meu amigo não tem culpa de nada. Eu que comecei.
Eu vou em direção à porta para explicar. Mas ele se vira e vai embora.
Vou até sua sala, mas ele não está. Ligo no seu celular, mas não atende, mando mensagem de texto, mas ele não retorna. Nada, nem sinal dele.
A aula acaba vou para casa esperando por uma ligação, mas ele não dá noticias. É tarde e já estou dormindo, quando o meu celular toca. Acordo assustada, olho para o visor. É ele.
-Alô! - digo ainda sonolenta.
Não é a sua voz que encontro do outro lado da linha. Mas conheço essa voz, ela perturbou meus sonhos por muitas noites. É ela, a bruxa má, a "amiga".
-Deixe-o em paz! - ela diz.
-Como? Cadê ele?
-Ele não pode falar com você agora, está dormindo.
-Dormindo? Como assim dormindo? Ele está aí com você?
-Tola! Você não serve pra ele, estou dizendo, deixeo em paz.
-Preciso falar com ele! - eu digo.
-Se você chegar perto dele novamente, acho que teremos que conversar.
-Faça o que quiser. Quero falar com ele! Você só pode estar mentindo, ele não está aí. Você pegou o seu celular? Não tem vergonha? Ele não quer mais nada com você, ele é meu agora, aceite!
-Você realmente é muito tola. - ela diz.
Ouço sua voz no fundo, ele chama por ela e parece estar bêbado novamente. Fecho meus olhos, pois, não quero chorar, mas as lágrimas descem, como uma cachoeira em dia de tormenta. Ele pega o celular.
-Deusa, é você? Precisamos conversar.
-Não tenho mais nada para dizer, dessa vez você realmente estragou tudo! - e desligo o telefone.