CAPÍTULO 71 - FÁBIO E AS VISITAS

60 6 0
                                    

Durante toda a semana Fábio esteve presente com suas ligações, brincadeiras e risadas. No fundo, me sentia bem quando estávamos conversando. Ele é muito legal, divertido e bem carinhoso. A semana ficou mais fácil com suas ligações.
Wagner passava em casa todos os dias depois das 19h00. Sempre se mostrou prestativo, carinhoso e preocupado. Ele e meu pai tiveram outro desentendimento muito feio um dia após meu acidente.
Às vezes, acho que a nossa relação tende ao fim, pois não consigo mais lidar com essa situação. Mas sei que não vou conseguir. Se tentar terminar e ele me olhar com aqueles olhos que me derretem, não vou conseguir.
O sábado chegou e, logo cedo, Fábio estava tocando a campainha. Deve ter madrugado, coitado! Veio do ABC paulista para a zona sul de São Paulo, é muito longe!
Ele chega, me dá um abraço de leve para não machucar, e um sorriso. Convido-o para entrar.
-Ann, isso é pra você! - ele diz, me entregando um pacote.
-Obrigado!
Quando abro, vejo um lindo bichinho de pelúcia, mas o que me chamou a atenção foi o cheiro. O bichinho tinha um cheiro de perfume delicioso. Ele olha para mim e sorri.
-Gostou do cheiro? - ele pergunta.
-Gostei.
-É o meu perfume. Passei nele para que você se lembre de mim quando for dormir.
-Estratégico! - digo rindo, então, ele também ri.
Passamos o dia todo rindo conversando e no fim da tarde, ele vai embora. Logo depois, Wagner chega. Não conto sobre a visita de Fábio, acho que não ia acabar bem.

---
Os dias passam e até sinto falta quando Fábio não liga, ou se atrasa. Gosto de conversar com ele. É divertido.
Já é sábado novamente e Fábio veio "bater o ponto". Novamente ele traz outro bichinho com seu cheiro, dessa vez, acompanhado de um cartão. Abro e leio:

Querida Ann,
Todo amor não correspondido pode se tornar uma amizade ou voltar em outra oportunidade.
Fábio

Leio, notando que ele não tem a linda caligrafia de Wagner. Sua caligrafia parece a de uma menina da quinta série, bem redondinha, toda certinha. Faço-me de desentendida e agradeço.
-Ann, a Alê está querendo vir aqui amanhã, será que podemos? - ele pergunta.
-Claro! Virão de ônibus?
-Não! Vou pegar emprestado o carro do meu pai.
-Legal, ficarei feliz em ter todos aqui.
-Então, está combinado. Amanhã os trarei para te ver.
-Eles?
-Sim... Ela vem com o namorado.
-Ah... Está bem!
Quando ele vai embora me dá um beijo no rosto, um pouco mais demorado, e fico encabulada.
-Até amanhã, Ann!
-Até amanhã, então.

A Deusa do Mago - Uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora