A Deusa do Mago - Uma história de Amor

CAPÍTULO 12 - O DESTINO FAVORECE AS JOVENS MEDROSAS FILHAS DE DRAGÕES

Hoje será o dia em que terei que escolher entre amar meu cavaleiro e enfrentar um dragão, ou deixá-lo dormir para sempre. Estou com medo, mas meu coração o quer, meu corpo o quer. Torço para que o dia não passe, mas entardeceu e é hora de ir para o colégio.
Lá vou eu, orando: "Oh, todos os santos que protegem as jovens indefesas, filhas de dragões, ajudaime"! E acho que minhas preces foram ouvidas.
Quando paramos em frente ao colégio, está tudo escuro, não há luz elétrica na rua e a pouca iluminação vem dos carros dos outros pais. Automaticamente, em pensamento, agradeço: Graças a Deus, hoje quem nos trouxe foi minha mãe, uma mulher muito mais boazinha e sensata. Obrigada, meu Deus!
Descemos do carro para saber se haveria aula. Corro o olhar para ver se ele está por ali, mas não o encontro. Entramos na escola e somos informados de que não haveria aula por falta de energia elétrica.
Ufa! Estou salva. Obrigada! Novamente agradeço em pensamento.
Quando estamos saindo, sinto dois braços à minha volta. Um frio enorme percorre minha espinha e o ar me falta. Um beijo estalado na minha bochecha e ouço a voz que parece sorrir:
-Boa noite minha amiga! Por que saiu correndo, feito uma louca ontem? Nem ganhei o meu beijo, o que significa que agora você está me devendo dois!
Meu corpo diminui a tensão e sinto cada músculo relaxar. Dou um sorriso largo e digo:
-Não seja por isso! - E agarro meu querido, grande, imenso e enorme amigo urso. Dou-lhe um abraço e dois beijos, um em cada lado de seu rosto. Ele dá um sorriso ainda mais lindo e cativante e sorrio aliviada.
Então, explico-lhe:
-Estava com muita pressa ontem, coisas a pensar... Perdoe-me o mau jeito.
-Creio que seja algo muito importante mesmo. - respondeu-me sorrindo. - Correu tanto que cheguei a pensar que você estava se preparando para participar de uma maratona! - E após a piada, solta uma imensa gargalhada.
De repente sua expressão muda, como se atrás de mim ele estivesse vendo algo do qual não o deixa nada satisfeito. A gargalhada para, ele me dá outro abraço e outro beijo. Pelas minhas contas agora já não devia mais nada. Ele sussurra ao meu ouvido:
-Nos vemos amanhã, querida. Acho que você tem algumas coisas para resolver agora.
Ele me solta, vira-se e segue caminho, me deixando sem entender o que estava acontecendo. Mas quando me viro para ir embora, passo entender a complexidade do que ele havia dito. Atrás de mim está meu lindo cavaleiro, vestindo sua armadura negra. Seus olhos formam duas labaredas em direção ao meu amigo urso, que já alcançara o fim da rua.
Ele se aproxima como se deslizasse até mim e diz:
-Posso?
-Claro!
Então, me envolve em seus braços para um abraço que só ele pode me dar. Beija-me o rosto de maneira um pouco mais demorada do que das outras vezes. Puxa o ar como se quisesse me consumir. Percorre seus lábios até o meu pescoço e diz baixinho:
-Acho que você está me devendo algo! Não acha?
-Desculpe, eu não sei o que dizer! Preciso ir embora, minha mãe está me esperando no carro.
-Eu posso esperar. - diz olhando em meus olhos - Mas a falta de luz não vai durar pra sempre. - e sorri, como quem tem a certeza de que não terei como escapar. - Amanhã conversaremos! Posso te levar até o carro?
-Seria um prazer!
Nesse momento ele me solta de seus braços e sinto falta do seu calor. Sinto-me roubada! Então, como um perfeito cavalheiro, dobra seu braço, oferecendo-o a mim. Dou-lhe o meu braço e ele me puxa um pouco mais para perto de si. Dá-me um belo sorriso e caminhamos até o carro.
Minha mãe está lá esperando junto com Eduardo e ambos me olham com caras de espanto. O apresento para minha mãe como um amigo meu e de Eduardo. Os dois se cumprimentam. Então ele diz:
-Até amanhã D, foi um prazer conhecer sua mãe. A gente se vê amanhã, Eduardo. - Meu irmão assentiu com a cabeça.
E novamente estávamos indo para casa, deixando meu cavaleiro em seu sono eterno.