A Deusa do Mago - Uma história de Amor

CAPÍTULO 13 - O DIA D

O Dia voou e, apesar de eu orar "para que os santos de todas as meninas indefesas, loucas e desesperadas, com um pai dragão e um cavaleiro lindo, pudessem acabar com as luzes novamente ou, então, fazer o tempo parar", acho que já é pedir demais. Quando chegamos ao colégio, para o meu desespero, ele está todo iluminado.
Mesmo sabendo que a minha resposta será "não", não posso deixar de sonhar, então me arrumei, coloquei uma calça mais justa, uma blusa salmão com um lindo decote em V que eu ganhei de presente da minha mãe, mas nunca tive a oportunidade de usar, soltei os cabelos longos em cachos, passei um perfume suave e um brilho nos lábios. Não quero que, mesmo não aceitando ao seu pedido, meu cavaleiro tenha pena de mim.
Começo a subir a escadaria, mas sem abaixar o rosto dessa vez. Eu sei que ele estará lá à minha espera. Quando chego ao corredor das salas de aula ele está encostado na mureta, me olhando profundamente nos olhos, como sempre.
Seus olhos brilham como uma chama intensa. Seu olhar tem o poder de me deixar febril.
Ele abre um lindo sorriso, puxa-me pela cintura, acolhe-me em seus braços, como se fosse um verdadeiro ninho de conforto e sinto seu coração pulsar. Ele afasta meu cabelo, beija o meu rosto e diz ao meu ouvido:
-Você está ainda mais linda!
Quero correr, pois, não quero magoá-lo. Não ele! Mas não consigo me desvencilhar das suas mãos, dos seus braços e nem sei se quero. Então, ele diz:
-Posso fazer uma pergunta?
-Claro.
-Você não disse que aquele "João Grandão" é apenas um amigo?
-Sim!
-Então, por que sempre que eu o vejo, as mãos dele estão sobre você?
O que? Meu cavaleiro está com ciúmes? De mim? Do patinho feio? Não pode ser... Mas é! Então, respondo:
-Saí apressada na outra noite e estava lhe devendo uma despedida de amigos.
-Sei! Não foi bem o que me pareceu naquele momento.
-Mas foi exatamente o que aconteceu.
-Certo! Posso lhe fazer outra pergunta, então?
Agora eu já sei qual será a pergunta, mas não quero ter que responder. Não quero afastá-lo de mim, mas agora envolta em seus braços não teria mais como fugir. - O que quer saber?
-Você não acha que está me devendo algo?
-Eu sei, mas não sei como responder a isso. - Disse-lhe, com meus olhos banhados de lágrimas.
-Então, o que está tentando me dizer é que você não quer namorar comigo? - Suas mãos em volta de mim começaram a afrouxar. Sinto como se eu estivesse sendo quebrada em vários pedaços e que nunca mais conseguiria me juntar.
-Você não entende! - Digo-lhe, quase aos prantos. - Quero, muito, só que não posso, pois, tenho "um dragão", aliás, "um pai" que é um verdadeiro dragão.
Ele me abraça com força novamente, fazendo minha respiração parar, sorri como se em volta dele o sol brilhasse, apesar de o relógio marcar quase 20h00, e diz ao meu ouvido:
-Você está com medo do Dragão, melhor dizendo, do seu pai?
-Sim, estou!
Como se todo o colégio congelasse e naquele instante existíssemos apenas nós dois no universo, ele me toma em seus braços, corre seus lábios sobre o meu rosto, começa um beijo sobre a minha testa, para demonstrar respeito, outra em minha mão, para mostrar-se cavalheiro, e então me vejo frente a frente, seu nariz quase tocando o meu, posso sentir sua respiração e respirar o seu ar. Então, em um momento mágico, seus lábios tocaram nos meus. Não sei por quanto tempo fiquei ali, sentindo o fluxo de energia que passava pelo o meu corpo, em direção ao seu.
O mundo poderia acabar nesse momento e eu morreria extremamente feliz. Meu cavaleiro agora é dono do meu primeiro beijo de amor.
O sinal toca, me despertando daquele momento maravilhoso, que marcaria o resto do meu viver. Olho para ele com amor, medo, desejo. Então, ele me diz:
-Se sou um cavaleiro, minha função é salvar belas donzelas indefesas de seus dragões! Não tenha medo, você está salva.
Eu sorrio, como se aquele garoto-homem à minha frente pudesse ler minha mente, o meu coração, os meus sonhos, então, perco o medo.
-Você minha D, linda e namorável demais, me aceita como seu fiel namorado?
-Sim, aceito!