O expediente está acabando, mas hoje não vou para a faculdade. Alê e eu vamos sair do trabalho e ir direto para a casa dela.
Pouco antes de sair, meu celular toca, é Wagner.
-Alô. - atendo.
-Olá, Ann. - ele diz e fico me perguntando: onde foi parar a Deusa?
-Oi, Wagner. O que você quer?
-Quero saber se ainda tenho namorada?
-Não sei, será que tem? - digo com tom de ironia.
-Não sei. Você não me procura há uma semana. - ele diz.
-Te procurar? Quem desligou o telefone e sumiu foi você! - digo da forma mais brava que consigo.
-Achei que você mudaria de ideia com relação a sair com sua amiga.
-É para isso que ligou?
-Você vai sair com ela? - ele insiste na pergunta.
-Vou sim, nada mudou.
-Divirta-se, Ann, pois eu vou! - então, ele desliga.
Saio do escritório com Alê e decidimos passar no centro, antes de ir para a casa dela, pois, ela quer comprar algumas coisas.
-O que você tem, Ann? - ela pergunta.
-Wagner me ligou. Pensou que eu havia mudado de ideia e, quando eu disse que não, mandou eu me divertir porque ele vai. Que idiota!
-E você está aí, preocupada com isso? Fala sério, você colocaria a sua mão no fogo por ele? - ela pergunta.
-Acho que, na verdade, não colocaria por ninguém. Só espero que ele não faça besteira, pois, dessa vez não terá perdão.
-Vamos nos divertir, Ann. Fábio vai nos encontrar daqui a pouco! - ela diz rindo.
-Coitado, Alê! Você fica criando ilusões na cabeça dele.
-Ilusões não, minha amiga, esperanças!
Andamos pelo centro, passamos pela Praça da República, cruzamos o Viaduto do Chá. De repente, um rapaz magro, moreno, se aproxima e a cumprimenta.
Alê abre um sorriso.
-Ann, esse é o Fábio. - ela diz rindo.
Ele se aproxima sem jeito e me dá um beijo no rosto.
-Oi, Ann! - ele diz.
-Oi, Fábio! Você é bem diferente do que eu imaginava.
Ele sorri, mas vejo que ele está realmente sem jeito em estar ali. Pegamos um ônibus e seguimos para a casa da Alê. Não conversamos muito, ele é mais desinibido ao telefone.
Chegamos ao condomínio da Alê e subimos para o apartamento. Alguns minutos depois, seu namorado se juntou a nós. É um rapaz simpático e atlético. Depois que ele chegou, Fábio se soltou um pouco mais. Acho que ele estava mesmo envergonhado.
Depois de batermos papo, Alê pergunta:
-Vocês querem pizza de quê?
-Qualquer coisa. - digo.
-Amor, vamos lá buscar. - ela diz ao namorado.
-Por que não pede para entregarem? - pergunto.
-É aqui ao lado, mas eles demoram muito.- ela ri.
-Vamos todos, então! - digo.
-Não! Você faz companhia para o Fábio. A gente já volta! - ela está quase gargalhando.
Olho pra ela, quase suplicando, enquanto ela vai até a cozinha eu a sigo.
-Alê!
-O quê, Ann?
-O que está tentando fazer?
-Nada, só vou deixar vocês conversando, se conhecendo.
-Ele é tímido. - digo.
-É nada. Ele só não se soltou. Ele me perguntou uma coisa... - ela diz.
-O quê?
-Ele perguntou se eu achava que você havia gostado dele?
-E o que você disse?
-Eu disse que lhe perguntaria. - ela ri - Você gostou dele?
-Não sei... Ache ele muito "magrinho" pra mim. Olha o meu tamanho, Alê. -Não acha que sou muita areia para o caminhãozinho dele?
-É só ele fazer várias viagens! - ela diz.
-Gostei dele, mas não sei... Tenho namorado e sou fiel, você sabe.
-Será que seu namorado também é?
-Não sei, mas, mesmo assim, continuarei sendo.
-Tudo bem. Agora é apenas para vocês se conhecerem.
-Tudo bem, Alê. Vai comprar a pizza.
-Estou indo. Vê se o trata bem! - ela diz.
-Tratarei.
Eles saem e ficamos a sós, Fábio e eu.
-Obrigado pelo presente. - ele diz.
-Presente? Aquilo não foi um presente! - digo rindo.
-Mas foi muito gentil. Comi todas e adorei o desenho. - ele ri.
-Que bom que gostou... Tenho gostado muito de conversar com você esses dias.
-Eu também, Ann! Você é muito legal, além de linda.
-Ah! Não fale assim... Vou ficar vermelha!
-Eu posso ficar vermelho porque sou moreno e não vai aparecer.
-Está vendo? Até nisso você está em vantagem! - digo rindo.
A noite foi muito legal, comemos pizza, jogamos vídeo game, batemos papo. Os meninos já estão indo embora.
-Ann, vejo você amanhã? - Fábio pergunta.
-Acho que sim, devo ir embora à tarde.
-Então, amanhã cedo venho para conversarmos, pode ser?
-Claro, vou adorar!
-Então, está combinado! Amanhã estarei por aqui.
-Está bem, eu te espero.
Ele me dá um beijo e vai embora.
-Hum... Vejo que gostou dele! - Alê diz.
-Gostei, ele é bem gentil e tem um bom papo.
-Só isso?
-Só isso, dona Alê!
-Mas ele vai voltar amanhã, não vai?
-Vai sim, a gente está se conhecendo, Alê. Acho que ele será um bom amigo.
-Só amigo?
-Por ora, só.
-Está bem, vamos dormir?
-Vamos.
-Não vai ligar para o chatonildo? - ela pergunta.
-Não, se ele quisesse falar comigo, me ligaria. Não quero pensar onde ele possa estar.
-Então, está bem. Vamos?
-Vamos.
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A Deusa do Mago - Uma história de Amor
RomansaAnna é uma garota ingênua, gordinha e sonhadora. Ao mudar de colégio ela se depara com Wagner, juntos eles vão viver uma emocionante história de amor, entrega. Com ele ela descobrira o primeiro amor. o primeiro beijo, a primeira decepção. A primeira...