CAPÍTULO 70 - LICENÇA MÉDICA

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Depois de passar a noite no hospital e a manhã seguinte numa clinica ortopédica, os médicos chegam ao diagnóstico de que fraturei a vértebra L1. O médico diz ter sido muita sorte não ter afetado a medula, pois, a essa hora poderia estar paralítica.
Vejo a expressão de pavor no rosto de Wagner.
Tenho que ir até a AACD, pois precisarei usar um colete para evitar a realização de movimentos bruscos. Serei obrigada a ficar de licença médica do trabalho.
Ligo para Alê e informo o que aconteceu. Ela se mostra preocupada e até me pergunta se não foi Wagner quem me empurrou escada a baixo.
-Lógico que não! Está doida? Ele nunca faria nada contra mim!
-Vai ficar afastada por muito tempo?
-Não sei. O médico disse que não posso sofrer impacto sobre a coluna, então, nada de ônibus, carros enfim...
-E a faculdade?
-Vou ter que resolver, falta tão pouco.
-Está bem. Acertarei tudo por aqui. Ann, avisarei ao Fábio o que aconteceu, tudo bem?
-Sem problema.
-Fique bem, logo vou visitá-la.
-Eu espero. Beijos.
-Beijos e se cuida.
-Pode deixar.
Wagner não para de me olhar. Desde que tudo aconteceu ele está tão calado...
-Que foi? - pergunto - Por que está tão quieto?
-Eu achei que dessa vez perderia você. - ele diz, quase chorando.
-Não vai, "durona"! Não tão dura, mas ainda estou aqui... - digo tentando rir.
-Quando a vi no chão, sem respirar, meu mundo desabou. Nunca senti tanto medo em toda a minha vida.
-Está tudo bem, o médico só pediu para que não fizesse nada de movimentos bruscos. - digo rindo.
-Hum... Então, terei que ser muito cuidadoso... - só agora ele sorri.
Vamos para casa. Agora tenho que usar esse colete horrível, 24 horas por dia. Isso sem contar a dor insuportável devido a torção. Terei que tomar uma injeção por dia para aliviar a dor.
Quase no fim da noite, Fábio me liga.
-Oi, Ann!
-Oi, Fábio.
-Você está bem?
-Na medida do possível.
-Está com dor? - Muita.
-Posso ajudar?
-Acho que ninguém pode me ajudar, nesse caso.
-Foi grave?
-Digamos que poderia ter sido pior, mas Deus foi generoso comigo.
-Graças a Deus, então!
-Não foi ele, foi?
-Não, claro que não. Por que todo mundo acha isso?
-Ele me ama!
-Não sei. Pensamos que ele estaria bravo, então...
-Ele não estava bravo, estava magoado. Mas já resolvemos.
-E o que vai fazer a semana toda? - ele pergunta.
-Vou ficar aqui, deitada.
-Poxa, que chato! Posso te ligar pra bater papo?
-Pode sim, vou adorar! Odeio ficar sozinha e agora, nem nos finais de semana ele e eu nos vemos muito, só à noite, pois, ele trabalha nos plantões de vendas.
-Se você deixar e não for te causar problemas, posso ir vê-la no sábado de manhã. O que acha?
-Acho uma boa ideia. Ando me sentindo só.
-Então, combinado! Ligarei todos os dias dessa semana, só para bater papo e, no sábado, vou te ver. Me passa o seu endereço.
-Está bem. Anote.

A Deusa do Mago - Uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora