CAPÍTULO 72 - O SHOPPING

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É domingo, o sol está lindo lá fora! Acordo e me arrumo, pois, hoje terei visitas. É difícil ficar bonita com esse colete de ferro por cima do peito... Sinto-me a própria mulher de lata. Não tem jeito, tenho que me conformar e tentar fazer o melhor que posso.
Coloco uma calça preta e uma blusinha, coloco meu mais novo arreio e, tento em vão, é claro, colocar um colete por cima. Não dá pra disfarçar algo enorme e que brilha como prata.
Logo ouço uma buzina e vejo o carro de Fábio no portão. Abro para que ele estacione na garagem. Todos descem do carro.
-Oi, Alê! Saudades!
-Oi, Ann! Que horrível isso.
-Nem me fale! E isso porque estou tentando esconder!
-É, mas não está fazendo efeito! - ela diz rindo e todos riem.
Então, ela me abraça, depois seu namorado e depois Fábio. Ele me segura um pouco mais e ambos ficam olhando para nós.
-Vejo que as coisas estão melhorando! - Alê diz rindo.
-Venham, vou apresentá-los ao pessoal de casa.
Depois de um tempo, sinto que todos estão se sentindo deslocados, então, Alê pergunta:
-Tem algum shopping aqui perto, Ann?
-Tem um a uns cinco quilômetros.
-Vamos lá? A gente aproveita pra conversar, tomar um lanche, o que acha?
-Não posso andar de carro, lembra-se?
-Fábio vai devagarinho, quase parado, não vai, Fábio? - ela olha para ele.
-Se a Ann quiser, vou a 10 km por hora.
-Tudo bem. Mas nada de freadas bruscas ou vão ter que começar a me empurrar numa cadeira de rodas! - digo rindo - Vou avisar que vamos sair.
Seguimos para o shopping. Fábio está realmente andando a 10km por hora. Os carros em volta buzinam, xingam, mas ele parece não se importar. Fico preocupada que Wagner ligue e eu não esteja em casa.
Chegamos ao shopping. Fábio me ajuda a sair do carro, com cuidado. Caminhamos pelas lojas e Alê me informa que na próxima semana será aniversário de Fábio. Então, fico pensando em um presente para dar-lhe, afinal, ele já me deu alguns.
Uma vez, conversando com a Alê, ela me disse que o apelido dele na faculdade era Pooh, uma alusão ao ursinho dos desenhos, por causa da sua meiguice. Achei providencial. Entrei um uma loja de pelúcia e comprei um Ursinho Pooh.
Enquanto eles esperavam sentados no Mc Donalds por Alê e eu, cheguei com o um embrulho.
-Isso é para você, Fá. Feliz Aniversário adiantado! - ele sorri.
-Sério? Obrigado! - quando ele abre o pacote, todos caímos na risada. Ele olha para aquele urso laranja e posso dizer que, mesmo moreno, acho que ele está vermelho.
Ele se levanta, vem em minha direção, me abraça e me enche de beijos.
-Só você mesmo, Ann! Um Pooh?
-Só não deu para passar o meu perfume nele... - digo em tom de brincadeira e ele ri.
O dia foi muito bom, nos divertimos, conversamos, rimos e todos estavam muito felizes, inclusive eu.
Gente, tenho que ir. Wagner chega em casa daqui a umas duas horas e se eu não estiver lá, já viu!
Todos fazem cara de que eu acabei de estragar o passeio, mas concordam. Assim como na ida, Alê e seu namorado vão no banco de trás e eu vou na frente, com Fábio.
Quando ele estaciona em frente ao portão, meu sangue gela... Todos me olham. Wagner está lá parado, com um cigarro na mão e várias bitucas no chão. Ele deve estar ali há muito tempo, penso.
-Quer que a gente desça com você? - Fábio pergunta assustado, olhando para o namorado da Alê, o
"fortão".
-A gente dá conta dele... Ele não fará nada com você! - diz o namorado da Alê.
-Não gente, é sério... É melhor vocês irem embora. Depois eu ligo para dizer o que aconteceu.
-Tem certeza? - Fabio pergunta, quase implorando - E se ele, com raiva, te der um empurrão?
-Ele não vai fazer isso.
-Como tem tanta certeza?
-Porque o conheço. Ele não faria nada contra mim.
-Tudo bem, nós vamos, mas promete que liga?
-Prometo. Ligo assim que ele se for.
-Vamos esperar.
-Está bem. Obrigada pelo passeio. - digo, enquanto Fábio me dá um beijo no rosto e logo vai embora.

A Deusa do Mago - Uma história de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora