01.

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ÁGATA.

As vezes quando nova nós cometemos burrices e eu fui uma dessas adolescentes que achavam que a vida era um livro de contar história e acabei cometendo várias e várias burrices e foi assim que eu "aprendi" a viver.

Eu estou a anos fugindo da realidade da minha vida por medo, medo do que pode acontecer comigo e eu vivo nesse beco sem saída de não saber o que fazer.

Uma história que eu odeio contar mas para vocês entenderem o início da minha vida agora eu preciso contar o que aconteceu.

Meu erro foi ter dado ouvidos ao meu coração, ter deixado me levar pelo sentimento e ter casado tão nova com alguém bem mais velho do que eu e que além de tudo isso também levava uma vida erradíssima.

Eu fui uma de muitas que fui nessa ilusão de que o tal do amor bandido era a coisa mais perfeita do mundo e que ele mudaria por mim.

Se eu soubesse antes de que eu não era clinica de reabilitação, não estaria passando por nada disso que passo hoje.

Me envolvi com o frente do Vidigal, favela que eu era nascida e criada e eu tinha apenas 15 anos, encantada eu deixei me levar na ilusão do amor verdadeiro e na mudança que ele teria.

Coitada de mim...

E foi assim que começaram os pedidos absurdos e eu iludida fui fazendo de tudo achando que ele realmente era o amor da minha vida e que ele me amava incondicionalmente como dizia mas era apenas uma ilusão.

Duarte foi o meu maior erro mas foi o cara que mais amei em toda minha vida, nunca senti nada parecido depois disso mas hoje eu não repetiria o mesmo erro.

5 anos se passaram e eu estou voltando para os braços da minha família, para onde provavelmente eu nunca sairia se eu não tivesse vivido o que eu vivi com ele.

Eu já estava no aeroporto do Rio de Janeiro e eu ia pegar um Uber até a comunidade porque eu estava com tanta mala, que senhor Jesus!!

A única que sabia que eu estava voltando era a minha melhor amiga Melissa, nascida e criada mas tinham 5 anos que não nos encontrávamos e eu estava mega ansiosa.

LIGAÇÃO:

Mel: E aí nega, já tá em solo carioca?

Ágata: Simm, aí to pegando um Uber aqui, fica me esperando aí hein!

Mel: Vou esperar gatona, to desde não sei que hora acordada esperando essa ligação.

Ágata: Então tá bom, vou entrar no carro agora.

Mel: Tá bom irmã!

Ágata: Prepara o braço porque to com muita bolsa!!!

ENCERRADA.

Entrei no Uber e o nervoso consumia meu corpo, eu nem imaginava como ia ser voltar de onde eu tinha saído fugida mas no fundo eu estava feliz em reencontrar os meus e a minha família.

Ver a cidade do Rio de Janeiro e tudo continuava a mesma coisa, meu coração apertou e palpitou.

Um misto de sentimentos, eu estava feliz mas estava apreensiva e nervosa.

O trânsito dessa cidade me matava mas estava tudo certo, só o fato de voltar pra minha casa me deixava muito feliz.

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