64.

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ÁGATA.

Curti a minha vida mas logo me cansei e quis ir embora, vou ser sincera, eu fazia essas coisas mas eu já estava era me cansando do Duarte e me cansando do lenga lenga da Melissa, logo mais era o meu aniversário e o que eu menos era passar me estressando.

Fui embora antes dele e logo ele chegou atrás de mim.

Duarte: Morena? — me chamou.

Ágata: O que? — falei.

Duarte: Onde você tá? — perguntou.

Ágata: No banheiro.

Falei, tinha acabado de tomar um banho e passavam das cinco da manhã, o dia clareando mas minha mente não me dava nem um minutinho de sossego.

Porra, eu sabia que se ele quisesse resolver esse problema, ele já teria resolvido a muito mas muito tempo mesmo.

Afinal, eu era mulher de chefe e dono de morro ou de um bucha qualquer?

Ele veio me abraçando pelas costas e me enchendo de beijos no pescoço o que já me irritou, estava cansada e perturbada em ver a insistência dessa baranga e ele não se posicionar com nada!

Duarte: Qual foi? — se afastou me olhando.

Ágata: Qual foi o que? — perguntei parando o que estava fazendo e virando o meu olhar pra ele.

Duarte: O que aconteceu Ágata? Veio embora igual louca, curtiu quietinha...

Ágata: To cansada porra. — falei curta e grossa. — Quero saber até quando você vai permitir as afrontas dessa piranha do caralho.

Duarte: Ágata, o crime não é sair matando todo mundo não. — falou.

Ágata: Da uma coça então.

Duarte: Ela já levantou a mão pra você? — me olhou.

Ágata: Não, só uma vez e ela teve o dela mas não aprendeu.

Duarte: Desse dia em diante quem mete o pau nela é você! — falou.

Por um lado era verdade mas eu tinha palavra de mulher e cumpria o que falava, enquanto ela não me desse sossego e não me deixasse em paz ela ia tomar porrada da minha mão sim!

E ia tomar onde estivesse, foda-se.

Se tem uma coisa que eu não nasci foi pra ser afrontada e isso eu não ia aturar mesmo, goste de mim quem gostar, me chame de encrenqueira quem quiser, não quero saber.

Pra uma mulher me botar medo mesmo, ela tem que ter no mínimo duas bucetas porque que eu saiba eu nasci de uma e também carrego comigo no meio das minhas pernas.

Odeio parecer esse tipinho de mulher barraqueira que fica arrumando encrenca por aí mas se a bonita liberasse e deixasse o meu cavalo andar, isso não estaria acontecendo nem por um decreto.

Ágata: Duarte, então a errada sou eu?? — olhei sério.

Duarte: Ágata, em momento nenhum nessa conversa, eu falei que você estava errada. — suspirou. — Apenas disse que você tá dando a ela tudo o que ela quer.

Ágata: Porrada? — arqueei a sobrancelha. — Porque de mim é tudo o que ela recebe.

Duarte: Atenção! — firmou a voz. — Tudo o que ela quer é te tirar do sério e visivelmente consegue, então ela não vai parar até que você dê a ela o que merece. O desprezo!

E ele estava mais do que certo, todas as vezes que ela tentava me tirar do sério ela conseguia e por mais que fosse tratada como lixo, ela conseguia o que queria que era me desestabilizar de alguma maneira.

Nem que fosse minimamente mas ela conseguia.

Talvez por isso continuava entrando no meu caminho e mexendo comigo como se fosse um jogo de diversão e um desenho para tirar o tédio dela, era o que eu era.

A diversão para os momentos em que ela estivesse entediada.

Ágata: Ninguém tem sangue de barata não! — falei.

Duarte: Meu amor, olha pra mim! — puxou levemente o meu rosto. — Eu to com você, nós estamos recomeçando e vai dar tudo certo, você sabe disso.

Ágata: Você não me provou nada ainda!

Duarte: Eu to tentando e infelizmente enquanto você estiver apegada ao passado, nada vai pra frente.

Tá achando que é fácil reestabelecer uma confiança firme com alguém que te esfaqueou e escondeu seu corpo por dias sem abrir a boca pra falar nada com ninguém, ele acha que é assim porque na minha mente foi basicamente isso que ele fez.

Jesus foi pregado na cruz porque ele confiou.

Duarte: Seu aniversário tá chegando, vamos viver o momento e tenta se desapegar dessas coisas, eu te amo. — me deu um selinho.

Ágata: Agora eu quero descansar.

Duarte: Deixa que dessa garota eu cuido.

Ele me deu um beijo e fomos para o quarto, hoje ele não ia ter nada porque além de não estar merecendo, eu estava muito cansada pra isso.

Deitamos e ele me abraçou com uma força imensa dando diversos cheiros no meu cangote fazendo minha pele arrepiar, logo me virei deitando no peitoral dele e fechando os meus olhos pra dormir enquanto ele acariciava a minha cabeça.

Confesso que eu gostava muito.

Duarte: Te amo morena. — beijou minha testa.

Sem dizer nada peguei no sono.

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