11.

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ÁGATA.

Su: Vai mas volta hein! — ela gritou.

Ágata: Tá bom amor! — dei risada.

Subi na moto, eu ia em casa colocar um shortinho porque eu sabia que jaja o funk começava e esse vestidinho era curtíssimo.

Como os mavambos estavam todos lá inclusive a praga dos infernos, eu não ia dar esse mole hoje, só sexta!

Parei um mototáxi e pedi que ele me deixasse na minha casa porque subir a pé era muita luta.

Minutos depois, eu desci mas ele parou do outro lado da rua e fui atravessar indo em direção ao meu portão ou pelo menos era pra eu ter atravessado se eu não tivesse quase sido atropelada e encurralada.

Ágata: Filho da puta, olha por onde anda seu...

Levantei a cabeça e não consegui terminar a frase depois de olhar para o rosto de quem era, e adivinha, se vocês adivinharem ganham prêmio!

Duarte: Seu? — ele riu satisfeito me olhando.

Ágata: Da licença pra eu não jogar essa moto no chão. — falei.

Duarte: Tá forte né? — ele riu. — Sobe.

Ágata: Espera aí mesmo, sentado porque se esperar em pé você vai cansar.

Duarte: Quero falar com você, Ágata!

Ágata: Pois então fale. — passei a mão no cabelo.

Duarte: Sobe.

Ágata: Eu não vou subir em nada. — olhei nos olhos dele. — Na verdade mesmo, eu acho que não tenho mais nada pra ouvir e nem pra falar com você!

Duarte: Você ainda quer continuar nesse joguinho de guerra? — ele perguntou.

Ágata: Se você estiver em guerra, pode ter certeza que está sozinho porque eu nem tenho tempo pra isso.

Bofe inconveniente, eu hein. JÁ TE LIBEREI SATANÁS, me esquece, vai viver que já se passaram 5 anos e ele ainda tá vivendo essa história.

Duarte: Você vem pra minha favela e acha que é simples assim!!

Ágata: Opa, acho que tem um equívoco!! — interrompi. — Você manda no morro, da porta de casa pra dentro quem manda é a minha mãe.

Duarte: Nós vai se trombar e eu vou falar com você!!

Ágata: Já falei pra você esperar sentado ou dando rolê porque em pé vai cansar!

Mandei um beijo e entrei pra casa da minha mãe, que loucura era essa? Mas eu já esperava isso a muito tempo.

Bobo ele não era e como tinha o morro na palma das mãos mais cedo ou mais tarde, ele ia saber sim que eu estava aqui mas foda-se também.

Sou solteira porra, tudo acabou no momento em que eu fui embora daqui a 5 anos atrás e se ele não tinha entendido isso, problema exclusivo dele.

Homem velho e besta, em mim ele não encosta mais.

Tinha ficado meio desnorteada por ter visto ele de novo depois de anos mas isso não ia acabar nem com o meu dia e nem com a minha noite, maluquice era deixar o Duarte entrar na minha mente depois de 5 anos.

Entrei em casa e a minha mãe estava sentada no sofá, tomando uma xícara de café enquanto assistia televisão por anos eu tinha ficado sem ver essa cena e dei um sorriso.

Ágata: Mãezinha... — sentei do lado dela.

Sônia: Tá nervosa minha filha? — ela perguntou me olhando.

Mãe conhece né, incrível como sempre sabe quando alguma coisa por mais boba que seja me tira do eixo.

Sônia: Quem estava no portão com você?

Ágata: Duarte mãe! — falei.

Sônia: O que ele queria? — ela me olhava com preocupação.

Ágata: Nada mãe, ele queria assunto como sempre.

Sônia: Cuidado minha filha! — ela falou.

Ágata: Dessa vez tudo mudou mãe, ele não encosta mais em mim e eu não volto pra ele.

Sônia: Já ouvi essa história antes! — rimos.

Ágata: Juro que dessa vez é sério! — dei um beijo nela.

Subi pro quarto pra trocar de roupa e desci saindo de casa rápido, dessa vez preparada pra tudo com meu shortinho beira cu que eu amava e um cropped qualquer pra continuar bebendo e revoando com as minhas.

Peguei outra moto e voltei pro bar assim que eu cheguei reparei o olhar o estranho da Melissa que me olhou de cima abaixo.

Reparei a mesa da frente e o Duarte não estava mais lá.

Mel: Voltou né! — o tom era ridículo e de deboche.

Já não to entendendo qual foi da Mel tem um tempo, queria saber o que estava acontecendo parecia que estava me comendo pelas beiradas e esperando feito cobra pra me dar um bote.

Ágata: Qual foi Melissa? — perguntei. — Tá toda estranha porquê?

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