24.

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ÁGATA.

Transtornada, era a única palavra que podia definir como eu estava agora nesse momento, era a única palavra que podia definir o que eu estava sentindo.

Nunca em toda minha vida eu imaginei brigar com a minha melhor amiga, nunca esperei que ela pudesse me trair dessa maneira, de uma maneira tão covarde, ela sempre soube o quanto eu amava ele.

Por trás da minha capa de marrenta, durona, que enfrenta todo mundo e não tem medo de nada, eu sou um ser humano que sempre gente.

Dele eu já não esperava mais nada agora dela, eu esperava tudo, era a minha melhor amiga sempre entrou na minha casa, comia da minha comida, bebia do meu copo, dormia na minha cama enquanto nas minhas costas ficava com a pessoa que ela sabia que eu amava.

Não tenho que esperar nada de ninguém porque consideração não se cobra, quem tem e quem não tem, não tem infelizmente não podemos fazer nada sobre isso!

Minha vontade era chorar porque a minha irmã me avisou tanto, ela me avisou tanto, eu estava toda marcada porque aquela vagabunda tinha me arranhado e assim que eu entrei em casa dei de cara com a Susanne e eu desabei.

Correndo ela levantou e veio me abraçar tentando conter todas as lágrimas que escorriam em meu rosto mas parecia que era impossível, que merda.

Su: Ei... — sussurrou. — Se acalma.

Ágata: Su, logo ela... — falei entre soluços. — Ela me traiu, ficou com quem sabia que eu amo!

Su: Não quero te ver assim...

Ela fazia carinhos em meu cabelo, minha respiração estava ofegante demais, não acreditava que tinha voltado pra passar por essas situações dentro da favela que eu estava com a minha família.

Meus pensamentos estavam embaralhados, já não sabia se eu estava chorando pelo que a Melissa tinha feito ou por causa do Duarte que foi um filho da puta mais uma vez.

Eu sabia que precisava colocar pra fora.

Vocês não tem noção do quanto eu guardei esses sentimentos e só agora estou conseguindo colocar tudo pra fora, isso me matava porque nem eu tinha noção do quanto eu estava machucada por dentro.

Mas isso não ia me abalar não, não ia mesmo.

Sou bonita pra caramba, amiga pra caramba, eu hein.

Olha pra mim, quem perde nunca sou eu e sim eles, foda-se o mundo agora, se eu já vivia antes agora eu ia tacar o foda-se e viver 4x mais.

Su: Vai ficar chorando mesmo? — ela perguntou.

Ágata: Tá maluca porra! — levantei do colo dela.

Su: Essa é a Ágata que eu conheço.

Ágata: Irmã, pelo amor de Deus, eu sou bonita, não sei nem porque eu estou aqui derrubada desse jeito. — falei secando meu rosto.

Su: Descansa minha vida e mais tarde nós vamos caçar alguma coisa pra fazer.

E nós tínhamos que caçar mesmo porque eu não ia ficar em casa cabisbaixa de jeito nenhum, queria mais que fosse ele e ela os dois entrasse um dentro do cu do outro e se fodessem.

Ninguém ia tirar minha paz, já passei coisas demais estava na hora de tocar a minha vida e seguir o meu rumo, tem coisas que não mudam então se as coisas não mudam, quem muda sou eu.

Levantei e fui pro quarto tomar um banho, ia ficar quietinha em casa hoje, só vendo filme e pronto, esfriar minha cabeça porque amanhã era outro dia!

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