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NOVINHO.

Não tinha entendido o que tinha acontecido direito mas o que parecia era que a Ágata tinha distribuído o dinheiro da boca para os moradores, Duarte saiu puto daqui e eu sabia que ia voltar muito pior do que tinha saído.

Estava terminando a contagem da endola com os menor e eu tinha que ir pra contagem porque como o Paquetá tinha descido com ele, tinha que terminar, normalmente quem ficava nessa parte era o Paquetá mas como ele foi resolver o caô que tinha rolado sobrou pra mim.

Terminei de contar algumas notas e vi o Paquetá entrando no QG com maior cara de cu do caralho.

Novinho: Da o papo. — falei.

Paquetá: Mano, a mina distribuiu o dinheiro da carga!

Novinho: O dinheiro da carga de agora? — perguntei.

Paquetá: Todinho, sabe o que é todinho? — ele falou.

Novinho: Duarte deve tá fervendo de ódio! — voltei a minha atenção pro dinheiro.

Paquetá: Ele saiu arrastando ela igual um sacola. — ele riu. — Porra, ela vacila!

Novinho: Alguma coisa tem aí!

Conheço a Ágata não é de hoje e ela nunca se meteu em nada de boca de fumo, pensa numa mina que tinha nojo disso, ela odiava toda e qualquer coisa mas quando estava cismada com alguma coisa.

Alguma merda tinha acontecido, com alguma coisa ela tinha cismado porque ela não fazia essas loucuras sem motivo.

Lembro até hoje do dia que ela arrebentou o carro novinho do Duarte, pegou uma madeira a maluca e saiu arrebentado o carro dele, o carro ficou amassado e nem jeito não teve.

Teve que ficar de lado porque o tanto que ficou quebrado, ele preferiu comprar outro mas ela sempre foi assim e nesse dia eu lembro que ela viu o Duarte com alguma mulher e saiu arrebentando tudo dele.

Ela sabe que se botar no teti a teti os dois, ele amassa ela então ela não pode arrebentar ele e arrebentar as coisas que ela sabe que vai atingir ele.

Ela é maluca quando se sente traída ou usada, isso todo mundo sabe.

Duarte: Vai porra — ele chegou gritando. — Tem quanto nessa porra?

Ele chegou gritando e eu me assustei ao ouvir a voz dele, como que chega assim em lugar que tá cheio de criminoso!

Novinho: Qual foi Duarte! — falei. — Chega devagar irmão!

Paquetá: Papo reto porra, maior sustão do caralho!

Duarte: Eu não quero saber de nada não pô, eu quero saber do bagulho do dinheiro! — ele falou.

Novinho: Irmão a contagem tá sendo terminada.

Duarte: Ágata derramou a porra todinha! — ele falou.

Paquetá: Tu tem que aprender a controlar essa mina também!

Duarte: Fala da minha mulher não porra!

Novinho: Duarte, olha só. — olhei pra ele. — Teus problemas de casa tu resolve na tua casa, bagulho é quando envolve o crime aqui, gosto da mina pra caralho mas porra hoje passou dos limites e você tá aí.

Duarte: Qual parte do com ela já resolvi que você não entendeu? — ele falou.

Novinho: Jae então!

Terminei a contagem e joguei o dinheiro que estava ali nas mãos dele para que ele fizesse a conferência, bagulho era a transparência entendeu.

Duarte: Da pra pagar mas tá faltando ainda.

Paquetá: Quanto? — perguntou.

Duarte: 13 mil.

Novinho: Da pra fazer irmão, as bocas tão tudo vendendo bem, vai fluir.

Duarte: Tem que fluir mesmo. — ele coçou a cabeça.

Estava visivelmente atordoado com o ocorrido mas não tinha muito o que fazer, agora mesmo era correr atrás do prejuízo.

Duarte: Aperta um balão pra nós fumar aí! — ele falou

Sentei com o desfazedor, a maconha, cigarro e seda para apertar esse pra nós fumarmos logo apertei e já acendei dando um pra ele acender e começamos a fumar.

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