DUARTE.
Correria pra tudo quanto é lado vários menor morrendo, dia de operação o bagulho ficava sinistro mas eu tinha cair pra luta e botar minha cara porque se eu era o dono, eu tinha que mostrar e dar o exemplo.
Infelizmente a Ágata não conseguia entender isso, não era que eu priorizava o tráfico e deixava a minha vida pra trás ou que eu estava me deixando levar e não tendo amor pela minha vida, não era isso.
Era que o cargo que eu tinha me obrigava a passar por certas coisas e correr certos riscos e não ia ser do dia pra noite que eu ia conseguir abandonar tudo isso e viver uma vida tranquila com ela.
Isso ia acontecer mas ela precisava ter um pouco de paciência.
Ela achava que eu priorizava a boca de fumo mas não, infelizmente quando tinha guerra eu não conseguia fazer isso, não conseguia dar essa assistência de quando o morro estava teguinha e na maior paz, só que eu sabia que a preocupação dela era a mesma.
Ela falava por preocupação e por medo mas eu sabia me cuidar, e eu não ia largar ela aqui sozinha nunca, eu não ia morrer ainda.
Muita das coisas que ela falava na hora que estava com raiva de mim mexia comigo mas não era como pedir demissão de um emprego ou nada parecido, isso era o crime e com o crime não tem brincadeira.
Você não entra pro tráfico e quando você cansa de ser traficante, você faz uma devolução porque cansou ou troca porque não coube tinham diversas coisas envolvidas e eu sinto que quando ela era mais nova, ela entendia melhor isso.
Não sei se porque era cabeça avoada e achava tudo muito maneiro ou não sei o que aconteceu realmente mas escutar que ela estava se cansando de me ver nessa vida, me deixava encucado mas eu sabia que era coisa de momento.
Apenas um medo de me perder e de não me ter por perto, eu sabia que era por cuidado mas esse era o meu trabalho e eu não podia simplesmente deixar o morro entregue ao diabo.
Mas que eu gostava, gostava da adrelina de segurar meu fuzil e trocar tiro com os cana e com os alemão, sei lá era um poder que eu sentia e eu gostava disso.
Não tinha medo da morte, uma hora ela iria vim pra todos mas eu sei que era protegido pelo maior de todos e ele não dormia nunca.
Eu só iria morrer quando chegasse a hora.
Corremos para o QG e esvaziamos tudo levando pra outro esconderijo do morro onde eles nem desconfiavam que estivesse, na linha de frente a bala estava comendo e não parava nem por um segundo.
Esses filhos da puta só vinham pra atrasar tudo.
Não estava em posição de poder perder nada pra eles no momento porque isso que tínhamos era pra ser vendido mas essa operação simplesmente foi menos esperada de todos os tempos.
Nós não pode se iludir nunca com a paz.
Novinho voltou e ainda metendo bala pra cima dos cana, eu escutei um grito nas minhas costas enquanto os garotos subiam com o que tinha ser levado.
Novinho: Vai porra! — ele gritou destravando a arma e disparando pra cima dos cana.
Um dos nossos caiu, na guerra é assim, ou você mata ou você morre, virei e comecei a atirar em direção a um dos policiais que estavam vindo na nossa direção.
Derrubamos dois deles que vinham e continuamos subindo.
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Nós por Nós.
Romance📍 Rio de Janeiro, Morro do Vidigal. Perdoar e tentar de novo ou largar e não tentar nunca mais? O amor e o perdão curam tudo realmente ou as mágoas do passado ainda vão ser capazes de atormentar a mente de uma mulher desiludida ao ponto de fazer u...