08.

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NOVINHO.

Sempre fui porra louca do morro, cresci na rua mesmo, minha mãe nunca ligou muito pra mim e muito menos pros meus irmãos, ela tacava o foda-se e cuidava de nós a moda caralho.

Com 7 anos ela largou eu e meus irmãos tudo no mundo e eu fui um desses que fiquei largado, minha mãe era o tipo de mãe que fazia filho pra receber auxílio do governo.

Então daí você já tira que eu e meus irmãos somos tudo escadinha, somos seis mas cada um seguiu seu caminho e a única que se manteve comigo foi a minha mais nova.

Essa eu botei pra ralar logo filho, vai ficar no morro fazendo o que? Aprendendo o que? Sendo mais uma que senta pra bandido, só se for porque dentro da favela não tem pra se aprender.

Ainda mais com as minas que ela queria andar colada.

Ela foi contra no início porque queria viver na bagunça mas não botei pra ralar, tá morando em Belo Horizonte e só volta formada e com um emprego.

Posso morrer nessa vida mas pra minha irmã não falta um nada, hoje em dia ela tá c terminando ensinando médio e quer fazer faculdade, nem eu fiz faculdade vai ser a primeira formada da minha família, tem noção de um bagulho desse?

Pai nós nem conhece, tem a mínima noção nem de quem seja não filho!

1 ano depois que eu comecei a traficar o Duarte veio junto e cresceu muito, ele foi crescendo e me levou junto mas vai achando que esse bagulho é moleza.

Nós é pureza um com o outro ninguém cresce o olho em nada de ninguém, todas as coisas que um conquista o outro comemora e assim nós leva um como família do outro, já que nós não tem ninguém.

Duarte sempre gostou de muita mulher e eu adorava fazer revoada então juntava eu e ele e éramos o par perfeito.

Dei uma acalmada agora porque como a Susanne é maior responsa, novinha e tal, não queria botar a mina pra sofrer mas dei o papo reto logo nela.

Agora ela não é nada minha mas se eu pensar ou chegar algum papo torto no meu ouvido que eu esteja saindo de otario, ela não vai entender nada.

E assim era, não estava no meu nome mas logo ia estar então eu queria respeito da mesma forma que eu respeito, se fizer tem que fazer escondido e muito bem escondido porque se deixar vagabundo com fama de otario, quem sai perdendo é ela mesmo.

Estava no plantão fumando meu fininho e me despertei dos pensamentos após escutar o som do Rádio, voz do Paquetá provavelmente queria dar um alô pra alguma coisa.

Paquetá: Eae novinho, eae da rua 3. — chamou quatro vezes seguidas.

Novinho: Da o papo irmão! — falei no rádio.

Paquetá: O mano tá aqui, tá mandando tu brotar.

Novinho: Do Lúcio mermo?

Paquetá: Isso aí mermo, daqui do Lúcio.

Subi na moto e já desci pro bar do Lúcio, cheguei lá e os cria todinho estava lá sentado, cumprimentei a mesa com salve e sentei do lado do Duarte.

Uma gelada na mesa, churrasco do Lúcio, pagode na caixa, os cria reunido e era só paz.

Conversamos, bebemos um pouco, sol estalando, morro maior paz por isso que nego tinha me tirado da base hoje, bagulho era tranquilidade porque a favela estava linda.

Xxx: Cheguei tio!!! — uma voz feminina falou enquanto trocávamos a música da caixa.

Duarte: Sua mina? — ele me olhou e eu neguei com a cabeça dando um gole na gelada.

A voz feminina chamou atenção do Duarte que olhou instantaneamente para saber quem era e de onde vinha.

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Paquetá, 20 anos, gerente da maconha e responsável dos atividade

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Paquetá, 20 anos, gerente da maconha e responsável dos atividade.

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