15.

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DUARTE.

Passei o dia todo rodando pelas bocas da favela pra ver se os plantões estavam tranquilos, sabe como é tem sempre um vacilão que dorme principalmente quando ficam de 24h, aí nós tem que ir pra dar uns acorde nesses vacilões.

Porque se deixar eles entregam o nosso morro pro diabo e tá tudo na maior paz, bagulho é permanecer dessa maneira.

Fizemos uma resenha na hora do almoço pedimos uma pizza pra geral ali na rua sete mesmo, comemos e bebemos bagulho de álcool era só mais tarde.

Quem tivesse de plantão não ia e o bagulho era assim mesmo, hoje vinha até um irmão de fora, menor bom mesmo, grandão na facção e tão respeitado quanto eu.

Era geral no branco e o pai ficava trajado de branco, passei na barbearia pra dar um trato no meu cabelo eu sempre lançava nevou era minha marca registrada já, geral me conhecia por esse cabelo.

Enquanto o menor cortava meu cabelo eu apertava um balão pra fumar, nada melhor do que apertar um da forte sempre pra dar sorte.

Terminei de cortar o cabelo e já ganhei pra casa porque já estava na hora da festa do Novinho e se eu não brotasse nego ia surtar igual, falei que ia eu tinha que brotar querendo ou não querendo.

Já entrei pro banho, tirei a inhaca toda de boca de fumo porque não dava não fi era o dia todo nessa correria de boca pra lá e pra cá tinha hora que dava no saco mermo.

Fui pro quarto me vesti, joguei uma bermuda e uma blusa branca, taquei meus ouros no pescoço, meu invicta no pulso, perfume por todo corpo porque além de bonito nós tem que andar cheiroso também.

Cinturão e glock na cintura porque não precisava de muito, minha contenção me esperava lá na porta pra entrar mesmo, subi na moto e dei partida pro Mirante.

Bagulho já estava rolando, som altão e o funk estourava do lado de fora uma fila pra entrar e os meus seguranças me esperavam quando eu chegava era pique abre alas de escola de samba.

Geral parava pra olhar, geral abria passagem, as piranhas jogando na cara desde a entrada mas nem dei muita confiança de piranha eu já to de saco cheião, papo reto legal.

Entramos no camarote e eu cumprimentei os menor.

Novinho: Fala tu paizão! — apertei a mão dele.

Duarte: Fala tu, qual o papo?

Novinho: O papo é que essa mina tá aí! — ele falou apontando.

Olhei pro camarote ao lado e vi a filha da puta rebolando com uma sainha que mais um pouco mostrava tudo, rabão do caralho, gostosa, o ódio me consumiu só de pensar que quando ela estava comigo ainda era assim.

Paquetá: É paizão, é pra perder a cabeça mermo... — ele me entregou um copo de whisky.

Novinho: Mas te falar, vamos curtir o bagulho tranquilo.

Duarte: Até a página dois, ela acha que não tá no meu nome mas geral sabe que tá. — continuei encarando ela.

Paquetá: Ptk tá vindo aí irmão, deixar o mano tranquilo também.

Duarte: Esse é o papo.

Novinho: Isso mermo, bagulho é tranquilidade.

Ela estava linda, mais deslumbrante do que tudo, chamava atenção de tudo e de todos parecia que roubava tudo pra ela, filha da puta depois desse tempo todo queria me desnortear mas se ela estava achando que ia ficar assim.

Ptk chegou no camarote e nós nos cumprimentamos.

Ptk: Qual foi irmão! — apertei a mão dele.

Duarte: Brotou né, maior saudade de tu menor!

Ptk: Tranquilidade por aqui? — ele perguntou.

Novinho: Claro meu fi, e lá tudo tega?

Ptk: Quem sabe, sabe né. — rimos. — Se brechar sai tomando e ninguém quer tentar.

A música tocava e nós estava curtindo, tudo lindo.

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