Nós por Nós.

43.

SUSANNE.

Meu sangue ferveu de ódio ao ver aquela piranha da Kelly na casa do meu homem entrando como se fosse alguma convidada e ainda por cima agindo como se nada tivesse acontecido ao me ver.

Kelly: Tu tá aqui é? — ela debochou.

Su: Eu vou tá aonde sua piranha do caralho! — olhei pra ela com sangue nos olhos.

Kelly: Mas gente... — ela me olhava. — Quer dar show?

Su: Show eu vou dar quando eu quebrar sua cara, se você não falar o que tá fazendo na casa do meu homem! — comecei a gritar.

Kelly: Fala baixo irmã.

Su: Não me testa! — gritei. — Eu quero saber o que tu tá fazendo aqui.

Kelly: O mesmo que você!

Su: Na casa do meu marido?

Kelly: Marido Susanne? — ela riu. — Marido e mulher moram na mesma casa, você só fica com ele e o morro todo sabe.

Minha vontade era tampar a cara daquela piranha e eu só estava me controlando porque eu estava na casa do Novinho e não podia tomar nenhuma atitude precipitada mas isso fosse o que eu estava pensando, eu não podia acreditar.

Apesar de ela estar certa e ele ser solteiro não tinha lógica ele me prender de tal maneira sem me dar um papo e sem falar porra nenhuma pra mim antes.

Su: Novinho!!! — comecei a gritar.

Novinho: Já vou Susanne, calma!

Su: Agora, eu não vou te chamar de novo.

Novinho: Eu to ocupado garota, espera aí.

Kelly: Desce porque a que se intitula tua mulher tá prestes a ter um piripaque porque tá me vendo aqui dentro. — ela riu.

Su: Cala a sua boca pra eu te quebrar toda.

Kelly: Se tu tiver disposição.

Novinho desceu e me olhou sem entender ao me ver parada com a ariranha na minha frente, nós duas no mesmo lugar e eu estava maluca só de pensar que esse tempo todinho eu tinha sido feita de otaria pro ele.

Mas como eu pude me deixar enganar e pensar que eu era a única se o que vinha acompanhado de ser mulher de bandido era o título de corna junto.

Novinho: Calma aí que não é o que você tá pensando. — ele falou.

Su: É o que? — virei pra ele. — Fala aí!

Kelly: Fala aí, fala pra ela.

Novinho: Susanne, a gente vai conversar! — ele olhou pra Kelly. — Da licença Kelly, com todo respeito.

Kelly: Vai amansar sua cadelinha né. — ela riu e virou as costas.

Ao sair da casa dele, ele fechou a porta e eu olhei pra ele que me olhou muito calmo antes de falar qualquer coisa.

Veio caminhando até mim e eu me afastei.

Novinho: Garota escuta! — ele falou.

Su: Escuta? — olhei pra ele. — Escutar o que?

Novinho: Não é nada do que você tá pensando!

Su: Então é o que? — cruzei os braços. — Porque até onde eu sei, ela não tinha intimidade nenhuma com você!

Novinho: Eu fiquei com ela Susanne, uma vez.

Su: E você pretendia me falar quando?? — gritei.

Novinho: Nós não temos nada por falta de querer seu mesmo! — ele falou.

Su: Então porque me cobra? Por que me impede de viver a minha vida?

Pulei em cima dele dando diversos tapas nos seu peitoral e fazendo com que ele segurasse os meus braços, meu Deus como eu estava desiludida.

Novinho: Susanne, chega!! — ele disse com toda calma. — O que você sempre me disse?

Su: O que eu te disse importa agora que você enfiou outra no meio de nós dois? — amoleci enquanto ele segurava os meus braços e me olhava nos olhos.

Novinho: Você sempre disse que era muito nova pra toda e qualquer coisa de relacionamento e por isso que sempre ficamos, você sempre me disse que era solteira e agora quer vim dar de maluca?

Su: Maluca? — falei. — Agora eu sou maluca, e as vezes que você me cobrou?

Novinho: Susanne, nós não temos nada porque você não quer!

Ele me soltou e eu sentei no sofá enquanto os meus pensamentos estavam embaralhados, ele veio até mim tentando me acalmar realmente eu estava me sentindo mais do que perdida, eu não sabia o que fazer.

Su: Você tira as mãos de mim.

Sai dos braços dele e me levantei.

Novinho: Eu não quero te machucar garota! — ele me olhou.

Su: Então porque não me deu a porra do papo reto! — gritei.

Novinho: Sempre te dei o papo reto desde que te coloquei no meu nome e você aceitou, sempre te disse o que queria!

Su: Eu não to falando disso seu babaca! — gritei.

Novinho: Tá falando da Kelly.

Su: Óbvio que to!

Novinho: Eu jamais ia te falar uma coisa para te machucar e te deixar desse jeito, você sempre esteve comigo em todos os cantos e ela nunca confundiu o lugar dela mexendo com você!

Su: Então eu sou mais uma? — abaixei o tom de voz.

Novinho: Nunca te coloquei nesse lugar, se tivéssemos juntos do jeito que sempre quis, você estaria ouvindo nada disso.

Su: Me poupa!

Virei as costas e fui embora da casa dele, não acredito que não durou por muito tempo tudo o que sempre quis com ele mas por um lado ele estava certo, eu não me tornei mulher dele porque eu não quis.

Porque eu tinha medo mas ele só me provou que os meus medos eram reais e eu não sei como eu não esperei isso antes dele.

Que inferno.