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DUARTE.

Estava na boca, resolvendo as últimas coisas da carga que seria recebido ainda por esses dias e eu escutei quando o Paquetá entrou correndo no QG quase sem fôlego.

Duarte: O que houve menor? — olhei pra ele.

Paquetá: Sua mulher...

Duarte: Fala inferno!!!

Paquetá: Tá lá na quadra distribuindo dinheiro pra favela toda, duas bolsas pretas, não sei de onde surgiu.

Onde essa garota tinha arrumado esse dinheiro, desci correndo do QG pra quadra que era um pulo e quando eu cheguei vi a cena, uma fila enorme e ela dando dinheiro nas mãos de todos que estavam ali.

Eu estava pedindo a Deus para que não fosse o dinheiro que eu estava pensando que fosse, entrei na quadra e gritei.

Duarte: Tá bom pessoal, acabou!

Ágata: Acabou? — ela me encarou. — Acabou nada!

E foi eu falar isso pra ela virar todo o resto de dinheiro que tinha na sacola no chão da quadra e meu sangue ferveu porque na hora eu reconheci as bolsas, eram as bolsas que eu ia pagar a carga pro Ruy.

O dinheiro que eu tinha separado, bagulho já estava certo e ela me inventa de fazer isso.

Ágata: Cada um pega o restante que precisa! — ela gritou. — Tenham um bom dia!

Toda sorridente e eu agarrei nos braços dela arrastando ela pra dentro de casa que também era em frente a quadra.

Su: Duarte, calma aí! — a irmã dela correu atrás.

Joguei ela dentro de casa e fechei a porta na cara da irmã dela que ficou me olhando com a cara mais lavada de cínica, meu ódio e meu sangue estava fervendo.

Duarte: Que porra deu em você garota?! — gritei.

Ágata: Acordei querendo fazer uma boa ação! — ela riu.

Duarte: Você sabe que dinheiro era aquele Ágata?

Meu sangue palpitava e meu coração estava aceleradíssimo, eu já nem sabia o que fazer com ela.

Ágata: Eu não, achei aqui em casa e resolvi dar pra quem precisava! — ela falou.

A cara lavada e falta de responsabilidade com as coisas, meu ódio e meu sangue, minha vontade era socar ela todinha mas eu me contive o máximo que eu pude porque eu tinha prometido pra mim mesmo que não encostaria mas em nenhum fio de cabelo dela.

Duarte: Dinheiro de carga Ágata! — gritei. — Dinheiro de carga!

Ágata: Ai vida, eu não sabia!

Duarte: Você sempre faz o que dá na sua cabeça, tem que amadurecer caralho, sabe o quanto isso me prejudicou porra?

Sem me responder, ela me olhava com o olhar mais frio que eu já vi diante dos olhos dela, ela não se desculpou apenas virou as costas e subiu para o quarto.

O que tinha dado na cabeça dessa mulher eu não sabia, nem conseguia imaginar.

A gente da a porra do mundo nas mãos da garota mas não é suficiente e agora seria o meu se vira nos trinta pra recuperar essa porra.

Voltei pra boca de fumo e eu tinha que dar um jeito de resolver.

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