DUARTE.
Encucado vendo a Ágata passando pela pista sem nem olhar pra minha cara, cada segundo que passava eu ficava pensando o que eu ia fazer porque eu não conseguia saber.
Maluquice era tudo o que estava acontecendo, as palavras dela não saiam da minha mente nem por um segundo mas o que estava me perturbando mais ainda era o bagulho que tinha saído nas redes aí pô.
Minha mulher saindo da casa do Ptk sendo vista com ele em favela, qual foi desse menor?
Tinha confundido legal mermo, eu botei dentro da minha casa, tratei o menor como irmão mermo, tá ligado? Mas foi como se eu mesmo tivesse apontado a arma pro meu pé e atirado.
Pior era a Ágata, mano o ódio estava consumindo minha mente mas tá tranquilo, com ela eu ia resolver primeiro porque ela estava mais perto mas com ele ia ser do meu jeito.
Porque se ele era bandido, eu também era.
E com minha mulher nego não ia mexer e nem encostar, só de pensar que ele podia ter encostado na Ágata minha mente já ficava perturbada e meu ódio já subia em mil.
Antes de qualquer coisa, eu ia resolver os caô da boca saber se a contagem já tinha sido terminada porque tinha que buscar carga nova, se tem uma coisa que não pode faltar é meu dinheiro no meu bolso que aí eu fico mais puto ainda.
Entrei no banho e tomei um banho rápido, sai do chuveiro e coloquei uma blusa bege, bermuda preta, meus ouros no pescoço, adaptei a arma na cintura e desci pro Qg.
Assim que eu cheguei vi os amigos terminando a contagem, já passavam de meio dia e a comida da boca já tinha chegado era isso mesmo que eu ia almoçar hoje, sentei na cadeira e olhei pro Paquetá.
Duarte: Quanto? — perguntei.
Paquetá: Boca vendeu 55 mil hoje, fechamento do dia todo. — ele falou me entregando o dinheiro enrolados no elástico.
Novinho: Fiz o recolhe hoje e botei ele pra fazer a contagem.
Duarte: Quero saber de nada não, quero saber que tem que tá certo, só isso.
Paquetá: Bagulho tá correto Duarte, conta aí pô!
Novinho: Confia em nós mais não? — ele me olhou.
Duarte: Nem na minha sombra fi, não confia nem nela!
Conferi o dinheiro e estava tudo certinho, na minha cabeça já estava as cargas que teríamos que buscar mas o Ruy era foda.
Novinho: Tem carga de kank, cocaína e lança pra buscar com o Ruy.
Duarte: Manda ele trazer porque ninguém vai sair desse morro não, bagulho tá frenético.
Paquetá: Papo de que? — ele perguntou.
Duarte: Invasão. — olhei pra ele. — É polícia, é alemão, toda hora um bagulho.
Novinho: Nós vai fazer acontecer irmão.
Peguei meu telefone e comecei a mexer, realmente essas três cargas estavam prontas pra ser buscadas mas ninguém ia sair daqui não, Ruy ia vim trazer porque com um assunto desse eu não ia arriscar perder nenhum dos meus não.
Ainda mais nessa altura do campeonato, isso que não podia mesmo!
Coloquei o dinheiro dentro da bolsa e saí indo na direção da boca da Rua Dois, ia marcar um dez de lá tinha que ver como estava o movimento e o que ia acontecer no dia de hoje.
To muito ausente.
Estacionei a moto e sentei junto com o vapor, era nossa boca mais escondidinha mas a que mais vendia porque as melhores drogas estavam aqui.
Tudo estava tranquilo, o dia estava fluindo bem, vende daqui e vende dali até eu ver a Melissa vindo na minha direção, ela estava doida pra tomar um pela cara e com o ódio que eu estava ela ia tomar mesmo.
Melissa: E aí meu amor... — ela chegou me encostando.
Duarte: Sai fora garota, já falei contigo!
Melissa: Tá estressado por causa da tua mulher? — ela riu.
Duarte: Cala a boca. — falei baixo com o sangue fervendo.
Melissa: Tá geral já sabendo que ela estava com o amigo lá na Rocinha, que delícia né...
Interrompi ela dando um tapa por dentro da cara dela que me olhou sem entender, pela minha reação ela não soube o que fazer ficou nitidamente meio nervosa mas foda-se.
Piranha eu boto no lugar assim ainda mais quando vem falar o que não deve ou se meter onde não é chamada.
Duarte: Rala. — gritei.
O vapor segurando a pistola e me olhando esperando que eu desse aval para algo mas eu só queria que essa mina ralasse.
Melissa: Tá me tratando igual cachorra.
Duarte: É o que você é!
Ela virou as costas e saiu, continuei observando as vendas e foi assim que o dia fluiu.
Apesar da minha mente não parar nem por um minuto, a Ágata ia ter o que era dela porque se ela estava achando que eu ia ficar com fama de otario, ela estava de óculos mermo.
O que era dela estava guardado, só queria achar essa filha da puta!
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Nós por Nós.
Romance📍 Rio de Janeiro, Morro do Vidigal. Perdoar e tentar de novo ou largar e não tentar nunca mais? O amor e o perdão curam tudo realmente ou as mágoas do passado ainda vão ser capazes de atormentar a mente de uma mulher desiludida ao ponto de fazer u...