DUARTE.
A Ágata nitidamente precisava de um tempo fora daqui, distante desse morro pra esfriar a cabeça dela e eu pensei que uma surpresa pra ela no aniversário seria tudo o que estava faltando.
Sei que eu tinha minhas responsabilidades mas mano, eu não podia perder em casa e ganhar na boca não, tinha que ser de todos os lados e tinha que ser direito.
Porque se fosse pra perder em casa eu preferia perder no tráfico e por mim estava de boa.
Não sei o destino mas não podia ser tão distante assim, então estava pensando em região dos lagos, uma coisa assim mais tranquila do jeito que ela gostava desde que voltamos um com o outro estávamos nesse clima de desconfiança muito mais da parte dela e eu entendia, tá ligado?
Só que não dava pra manter a paz e a cabeça no lugar pra resolver as coisas desse jeito não, então se fosse pra perder uns dias fora da favela, eu ia ganhar e ela ia me explicar onde tinha algo de errado porque até então o problema era a Melissa.
Recolhe e Contagem já estavam sendo feitas, a tia já tinha começado a preparar a comida dos menor e estava tudo mais do que certo como de costume, arrego também estava entregue e o morro estava uma paz.
Mas não podia se tranquilizar com a paz não.
Duarte: Chega aí mano.
Chamei o Novinho de canto pra nós poder ter uma conversa e ver a melhor forma desses bagulho porque ele era o meu de fé e era o meu de confiança em qualquer momento. ainda mais em um momento em que eu precisaria me ausentar.
Novinho: Fala mano. — chegou perto de mim.
Duarte: Você tá ligado que o aniversário da minha dona tá chegando e tal... — falei.
Novinho: Ham, lá vem tu querer montar baile com mais de seis equipes, camarote e tudo mais.
Duarte: Não irmão, esse ano o bagulho vai ser diferente. — ri.
Novinho: Lá vem. — me olhou sem entender. — Diferente como?
Ele já me olhou meio torto porque sabia que sempre que eu inventava alguma coisa sobrava pra ele mas esse era o preço de ser meu de confiança.
Eu não ia sair e deixar o morro nas mãos de qualquer um pra gestão desandar e as coisas começarem a decair, isso nunca.
Duarte: Vou tirar a Ágata daqui de dentro um pouco irmão.
Novinho: Vai mandar ela viajar? — perguntou.
Duarte: Eu e ela vamos viajar.
Novinho: Aí caralhooo. — reclamou. — Ai sobra pra mim né!
Duarte: Em partes sim, e tu além de tomar conta, você me ajuda a ajeitar esse bagulho.
Novinho: Ela não sabe ainda não?
Duarte: Negado, bagulho vai ser surpresa.
Novinho: Angra? — perguntou.
De todos os lugares que eu pensei, ele imaginou o melhor, alugar uma casa por um final de semana inteiro eu e a minha morena em Angra vivendo e curtindo seria a melhor coisa porque ela nunca esteve lá.
Duarte: Tá certo!! — falei.
Novinho: Porra, lá tem várias ilhas irmão, muita coisa maneira pra fazer, essa mina vai ficar maluca!
Duarte: Eu que prepare meu bolso. — ri.
Novinho: Vê alguém pra fazer a reserva e já vai esse final de semana mesmo. — falou. — Pode deixar que eu tomo conta.
Podia fazer tudo menos a reserva porque eu era bandido e não dava certo colocar todas as minhas informações dentro do bagulho porque podia dar merda, então já corri pro Paqueta que não era procurado nem nada e pedi pra ele correr esses bagulhos pra mim.
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Nós por Nós.
Romance📍 Rio de Janeiro, Morro do Vidigal. Perdoar e tentar de novo ou largar e não tentar nunca mais? O amor e o perdão curam tudo realmente ou as mágoas do passado ainda vão ser capazes de atormentar a mente de uma mulher desiludida ao ponto de fazer u...