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ÁGATA.

Baile rolando, funk tocando, o gin geladinho no meu copo e eu estava bebendo mas uma coisa não saia da minha cabeça era que o filho da puta do Duarte ainda não tinha aparecido na porra do camarote que ele tinha separado pra gente curtir a noite.

Onde ele estava eu não fazia ideia, a minha cabeça já começava a matutar as merdas que ele podia estar fazendo mas sem provas eu não era ninguém pra contestar nada.

Eu deixei bem claro pra ele que se ele vacilasse mais uma vez, tudo estava indo por água abaixo e eu não estava nem aí, ia pagar na mesma moeda e de um jeito diferente.

Se ele tinha medo de ter fama de corno, ele ia ficar com muito mais fama do que isso e dessa vez ele ia ter que me deixar careca, tomar no cu porra!

Susanne já estava toda se engraçando pro lado do Paquetá na frente do Novinho e eu puxei ela pro meu lado tentando evitar mais um problema porque um pode ter certeza que eu já ia arrumar.

2:30 da manhã e nada desse garoto.

Su: Que foi mona? — ela falou.

Ágata: Toma vergonha, ficar se engraçando pro lado do Paquetá, tá achando que eu não to vendo? — olhei sério pra ela dando um gole no meu copo.

Su: Garotaaaaa, me deixa! — ela falou e voltou pro lado dele.

Ágata: Tu veio pra curtir comigo ou pra ficar agarrada no Paquetá?

Novinho: Pra ficar agarrada no Paquetá. — jogou piadinha. — Ela troca de bandido igual troca de roupa.

Su: Cala sua boca!

Novinho: To falando nada contigo não garota, da uma segurada na tua emoção, emocionada!

Su: Comedor de marmita quer falar de quem?

Ágata: Puta que pariu hein! — revirei os olhos.

DJ soltou uma música braba, o nome era artigo de luxo, música de primeira dama e eu dei risada porque eu sabia que era pra mim.

DJ: A Dama do chefe tá aí rapaziada, solta a voz!

Susanne logo começou a gritar a música e eu peguei telefone pra gravar um vídeo cantando com ela.

Su e Ágata: Primeira dama, mulher do chefe onde ela passa vira sensação, meu Deus mais que horrível ela roubou meu coração! — rimos.

Desliguei o celular e a Susanne começou a dançar junto comigo, essa música era muito relíquia sempre que eu escutava quando era novinha eu me acabava de dançar, era inevitável.

Naquela época eu me sentia, não que eu não me sinta mais só que hoje em dia eu to mais tranquila e acho essas baboseiras uma vergonha.

Já estava cansadíssima e o baile estava rolando, nada do Duarte mas estava tranquilo eu ia achar esse filho da puta mas essa noite não ia me estressar.

Olhei pra cara da Susanne que ainda estava se divertindo bem e eu resolvi aguardar mais um pouco até a atração entrar pelo menos mas a minha vontade era de ir embora.

Quem ele pensava que era pra me dar um bolo desse e me deixar sozinha no baile a noite praticamente inteira?

A atração entrou e eu curtir todas as músicas após o final eu fiz sinal para a Su e ela veio falar comigo.

Su: Que foi?? — ela me olhou.

Ágata: Vou embora irmã, vai ficar com o Paquetá? — perguntei.

Su: Vou sim, vou sim. — ela falou. — Pede pra esse babaca te levar pra casa, alguma coisa ele tem que fazer.

Olhei pro Novinho e fiz sinal com a cabeça, ele arrumou o cinturão e me escoltou até a saída do baile, fui andando e na saída ele parou pra falar comigo.

Novinho: Entra no carro. — ele falou abrindo a porta.

Ágata: Doida pra tirar esse salto. — entrei no carro.

Novinho: Tá com essa cara porque? — ele perguntou colocando a chave no carro e dando partida.

Ágata: Porra tem que explicar ainda?

Novinho: Calma Ágata, patrão é ocupado, tu tá ligada como é!

Ágata: Então pra que me chama pra uma porra que não vai vim? — falei.

Novinho: Se tivesse se envolvido comigo ao invés dele não tinha passado por isso.

Ágata: Você não perde a oportunidade né.

Novinho: Fazer o que se você gostava de patente.

Ágata: Não tinha nada haver com patente, até porque quando ele subiu você subiu junto!

Novinho: Foi o que? — ele me olhou.

Ágata: Amor...

Novinho: To ligado. — ele voltou a atenção pro volante.

O silêncio reinou no carro e eu fui pensando aonde o Duarte tinha se enfiado, mano porque ele fazia essas coisas eu não conseguia entender, garoto ridículo, gostava de perturbar.

Logo chegou na minha casa e ele parou o carro.

Novinho: Qualquer bagulho... — ele passou a mão no meu cabelo.

Ágata: Tá, tá bom.

To fugindo de problema e ele é o meu problema desde os meus 15 anos, fujo dele igual o diabo foge da cruz, entrei em casa tirei o salto e deitei na cama sem banho mesmo amanhã eu tomava.

Apaguei.

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