𝓖eribá . 𝗟𝟳𝗡𝗡𝗢𝗡

𝓼𝓮𝔁𝓪𝓰𝓮́𝓼𝓲𝓶𝓸 𝓼𝓮𝓰𝓾𝓷𝓭𝓸

Ana Lua Cardoso Guidelli
point of view

Fechei o livro da faculdade, respirando fundo, o professor simplesmente tirou o dia para me esculachar e pegar no meu pé. Enfiei meus materiais de qualquer jeito na bolsa e sai da sala, aliviada por ter acabado, o resto da semana seria rodando no hospital, mais tranquilo quando o assunto era não ter que aturar professor phd mas que não sabe explicar uma simples matéria.

Tinha combinado com o Lennon de almoçarmos juntos depois da minha aula, então caminhei até a portaria e me encostei em uma sombra lá esperando ele. Não demorou para o Jaguar encostar ali na frente, despedi do porteiro e abri a porta do carro, entrando.

— Visão Vida — Sorriu me vendo entrar e selou minha boca.

— E ai Preto — Sorri o olhando. — Fez o que agora cedo? — Perguntei passando o cinto.

— Acordei agora quase — Ele riu me olhando. — Como vocês dois estão? — Girou a chave, dando partida com o carro.

— Bem — Sorri o olhando e senti sua mão tocar minha coxa.

— Eu marquei e minha família e os meninos vão jantar lá em casa amanhã 'pra gente contar para eles — Assenti ouvindo ele. — A gente podia pensar agora a tarde em um jeito maneiro de contar

— A gente pensa — Sorri o olhando.

— E tu vai querer almoçar onde? — Senti sua mão alisar minha coxa.

— Não sei Vida, o que tu pensou? — Encostei minha cabeça no banco.

— A gente pode pedir a parmegiana daquele restaurante lá perto de casa, tu falou que 'tava com vontade esses dias — Sugeriu.

— Pode ser Preto — Respondi assentindo.

— Vai pedindo aí então — Tirou o celular do suporte me entregando.

Abri o aplicativo de delivery no restaurante que ele tinha falado e selecionei o prato, com os acompanhamento e finalizei o pedido.

— Eu vou marcar consulta com minha médica, você vai ir né? — Voltei meu pai olhar para ele.

— Óbvio, você só me avisa o dia e o horário — Assenti.

O caminho da UFRJ até a Barra já é demorado, em horário de pico foi pior ainda, mas depois de alguns longos minutos chegamos no apartamento do L7.

Assim que a gente entrou, coloquei minhas coisas em cima do sofá e ajudei ele a arrumar a mesa, porque o restaurante já tinha avisado que o pedido saiu para entrega. E foi o tempo exato de eu terminar de distribuir os talheres ali e o interfone tocou.

Ficamos assistindo série no quarto, ou fingindo assistir, o resto da tarde toda, até mais ou menos quatro da tarde, quando resolvemos pegar uma praia no finzinho de tarde.

Enquanto o Lennon se trocava, peguei meu celular na mesinha do lado da cama, desbloqueei, abrindo o Instagram e me deparei com um story de uma menina que eu seguia com a Juliana, ex do Lennon, em um estúdio com a data do dia que ele gravou a faixa com o cantor de fora. Suspirei e observei a foto mais um tempo, percebendo que aparecia o Léo escorado no canto.

Sei que essa foto não mostrava nada e provavelmente eu 'tava ficando assim atoa, mas pouquíssimas coisas me deixavam pá no meu relacionamento com o L7, quase nada na verdade, mas não sei porque a Juliana me deixava, sabia que eles tinham um ciclo social comum e acho que principalmente aquela primeira resenha me deixava com uma pulga atrás da orelha, que podia até ser paranoia minha, mas eu me incomodava.

— Bora Preta? — Me chamou saindo do closet.

Bloqueei meu celular e olhei para frente. — Lennon, no dia que você foi para o estúdio e gravou o som com o cantor de fora

— O que que tem Vida? — Questionou perdido, sem entender.

— Você tem alguma coisa para contar? — Retruquei voltando meu olhar para ele.

— Ué, não — Seu semblante permanecia confuso.

— Sua ex 'tava lá né — Comentei tentando demonstrar um tom indiferente.

— Ah é disso que tu tá falando — Balancei a cabeça ouvindo ele.

— Sim, é óbvio — Cruzei meus braços. — Até porque você faltou em um momento importante para nós dois para gravar a tal música e agora eu descubro que sua ex 'tava no estúdio, meio diferente não acha?

Ele aproximou de mim, tocando minha mão. — Preta, calma cara, a Juliana realmente apareceu lá, assim como um tanto de gente, acabaram fazendo uma resenha lá no final, mas eu 'tava lá trampando e só, quando acabei, vazei, pergunta o Léozin', voltou eu e ele e o Pescada ficou lá — Desviei o olhar enquanto ele falava.

— História meio mal contada não acha? — Comentei um pouco irônica.

— Mal contada não, tô te falando a verdade e outra nem fiquei de muita ideia com essa galera lá que 'tava resenhando, justamente porque 'tava ali trabalhando e muito menos com ela, dei nem papo — Sua mão alisou as costas da minha devagar.

— Ai Lennon, não sei se eu boto muita fé nisso — Falei confusa.

— Pois pode botar Preta, tô contigo não tô? Então não quero mais ninguém só tu e nossa família agora — Mordi o lábio por dentro, contendo um sorrisinho que queria se formar ouvindo ele.

— Vou 'pra casa — Anunciei levantando, ele pegou na minha mão tentando me manter ali. — Tô muito confusa, preciso pensar um pouco Lennon, esses bagulho da sua ex é muito para minha cabeça

— Calma ai Vida — Roubou minha atenção outra vez.

— Mais tarde a gente conversa qualquer coisa — O interrompi pegando minha bolsa. — Até amanhã

Escutei um suspiro dele e desbloqueei meu celular pedindo meu uber, enquanto deixava o apartamento.

eu escrevi o capítulo deles contando para os meninos e ta a coisa mais fofa do mundo 🤏🏻
amanhã vocês vão ver