𝓖eribá . 𝗟𝟳𝗡𝗡𝗢𝗡

𝓸𝓬𝓽𝓪𝓰𝓮́𝓼𝓲𝓶𝓸 𝓼𝓮𝓰𝓾𝓷𝓭𝓸

Lennon dos Santos Barbosa Frassetti
point of view

— Manda esse moleque tomar no cu — Escutei o Kaue falar em um tom bravo no celular enquanto entrava no carro, cumprimentando eu e o Léo com um toque apenas.

Estranhei e voltei meu olhar para o Léozin', no banco do meu lado, que 'tava sem entender. Girei a chave do carro, deixando quieto e acelerei no sentido da Papatunes, tínhamos vindo buscar o Kaue, para encostar lá com a gente, Papato iria mostrar uns beats para o Léo entrar e eu iria de ouvinte apenas.

— Não é besteira Ana Lua, moleque mo tilt — Minha atenção desviou para ali no momento em que escutei o nome. — E se ele continuar com essas ideia torta eu mesmo vou dar um recado nele

Mesmo escutando a conversa por cima e picotada, preocupei com o que o Kaue falava, imagina que bo que 'tava pegando, ainda mais que envolvia a Ana Lua.

— Visão gente — Ele falou logo que terminou a ligação. — Nem cumprimentei vocês direito, 'tava resolvendo um bagulho aqui

— Tranquilo, tá pegando o que? — Fodase, queria saber mesmo, ainda mais sabendo quem 'tava envolvida na história.

— Um cara ai pegando na da Ana Lua — Travei meu maxilar no instante em que escutei. — O ex dela loucão dela lá, já não basta tudo que ja fez com a menina quando eles namoravam

— Não sei bem da história dos dois, ela nunca se sentiu muito de boa 'pra conta, mas tô ligado que ele era um vacilão do caralho — Respirei fundo. — O que ele tá fazendo agora Kaue?

— Descobriu que ela ta solteira tá investindo, mas ele tá ligado que ela não quer e continua forçando — Balancei a cabeça em negação ouvindo ele. — Tô 'pra quebrar a cara desse filho da puta todinha se ele tentar alguma coisa de novo

Freei o carro no instante que escutei ele, encostando perto de uma calçada. — Como assim de novo? Esse otario encostou a mão na Ana Lua 'pra tentar fazer qualquer coisa com ela?

Vi o olhar puto do Kaue, enquanto balançava a cabeça concordando. — No dia que rolou o bagulho lá em casa, mas eu parei ele na hora que cheguei e vi. Tu acha que eu tô 'pra acabar com a raça dele todinha porque?

Esfreguei minha mão direita no meu rosto. — Pois vai eu e tu acabar com a raça dele agora — Falei virando o volante na direção da rotatória, seguindo essa direção. — Passa o endereço desse filho da puta ai

— Calma Lennin — Escutei o Léo tentando me acalmar. — Faz nenhuma besteira não, relaxa primeiro

— Calma nada Léozin',tô indo fazer besteira nenhuma, vou só passar um recado 'pra esse retardado

O Kaue 'tava com o mesmo sentimento que eu, raiva 'pra caralho, ódio, tanta coisa que era difícil de explicar e por isso mesmo nem contestou minha ideia, só passou o endereço e eu segui.

— Aquela casa ali, de portão preto — Kaue apontou e eu reduzi a velocidade, encostando ali na frente. — Relaxa que ele mora sozinho

Assenti, enquanto descia do carro com os dois, trancando. Escutava o Léozin' mandando  a gente manter a calma, entendia ele, eu 'tava ligado nas merda que isso podia dar, principalmente se algum de nós passasse dos limites, mas eu 'tava muito convicto do que eu ia fazer e de que eu precisava tomar uma atitude, porque ignorar isso fugia até do que eu acreditava.

O Kaue respondeu que era apenas ele no interfone e o trouxa atendeu, abrindo e mandou ele entrar. Bom que já tomava logo um susto quando visse nós três lá.

— E aí... — Ele ia para cumprimentar o Kaue, mas paralisou quando viu eu e o Léo passando pela porta. — Que isso?

— Que isso? — Debochei. — Até parece que tu não sabe o que a gente ta fazendo aqui

— Eu não sei não o rapper de quinta e pode parar com essa marra toda ai... — Cortei ele.

— Rapper de quinta é o caralho rapá, tu me respeita que até agora eu não faltei com respeito contigo, mesmo merecendo — Encarei ele, cruzando os braços.

— E se ofendeu — Neguei com a cabeça tentando manter a calma. — Anda Kaue, 'pra que tu trouxe esse povo aqui

— Tô aqui 'pra te dar um recado, eu e ele — O tatuado respondeu.

Vi o vacilão inclinar a cabeça como quem pedisse que a gente prosseguisse.

— É o seguinte, ninguém aqui quer saber de você no pé da Ana Lua não ta ligado? — Aproximei dele. — Tu sabe que ela não quer então pronto, deixa a garota em paz, viver a vida dela

— Tá com o rabo preso? — Debochou da minha cara e me segurei pra não socar o meio ta testa dele.

— Não é rabo preso não João Victor, porque se for assim tu também é, é só papo sincero mesmo, 'pra você ficar ligado e parar de tentar qualquer coisa com ela e forçar isso — Kaue falou firme.

— Eu forçar? — Deu risada. — Tu acha que eu teria feito alguma coisa se aquela puta não tivesse me dado mole?

Na mesma hora uma raiva absurda ocupou meu corpo e o empurrei contra uma parede ali. — Cê tá maluco? Aprendeu a respeita mulher não? — Apontei o dedo na cara do mesmo. — Tu vira sua boca 'pra falar dela outra vez — Escutei o Léo me chamar, tentando me acalmar. — E tem mais, se eu souber que essa mão nojenta tua encostou nela de novo, eu te quebro todinho

— Deu Lennin — Escutei o Léo. — O vacilão já entendeu o recado

— É bom já ter entendido mesmo — Escutei o Kaue. — Porque o recado tá dado e palavra nossa não faz curva, se a gente precisar vir outra vez aqui é 'pra te quebrar todo

tô feliz e animada que a história ta chegando ao fim, por conta dos capítulos que tô para lançar, mas ao mesmo tempo o coração ta apertado
se eu escrevesse outra história depois dessa vcs leriam? ❤️