𝓖eribá . 𝗟𝟳𝗡𝗡𝗢𝗡

𝓸𝓬𝓽𝓪𝓰𝓮́𝓼𝓲𝓶𝓸 𝓺𝓾𝓲𝓷𝓽𝓸

Ana Lua Cardoso Guidelli
point of view

Enfiei meu pé no chinelo, enquanto a Cecilia colocava a toalha dela dentro da bolsa de praia e o Martins apressava a gente da sala.

Tinha colocado um biquíni preto, aqueles bons de pegar marquinha, com um short jeans de lavagem média e um boné.

— Pronto, 'tamo aqui já — Falei chegando no cômodo, ajeitando os fios do meu cabelo no boné.

— O a Cecilia, carregando a casa dela lá do Rio de Janeiro na bolsa — Kaue zombou enquanto passávamos pela porta.

— Tem coisa minha também — Dei risada ajudando ela.

— Deixa eles Ana Lua, quando precisarem de qualquer mínimo lugar 'pra enfiar um chinelo, carteira, celular, eles que enterrem na areia — Resmungou enquanto ajeitava um óculos de sol no rosto. — Cadê o resto de vocês?

Já tinha sentido falta do Lennon ali, mas depois de ela falar reparei mais, notando a ausência do Pescada, Léo e outros também.

— Tão lá já, foram na frente, pegar umas onda, só a gente mesmo para esperar a demora das madames ai  — Martins falou enquanto atravessamos a rua, caindo já na faixa de areia.

— Nem é para tanto Matheus — Cecilia afirmou.

Olhei a placa do meu lado, conforme tirava meu chinelo, lendo "Praia de Geribá", meu peito apertou outra vez, como toda hora nessa viagem que eu lembrava de qualquer mínimo momento com o L7. Mas dessa vez foi diferente, foi muito mais intenso, Geribá falava muito para mim e acho que para ele também, tinha falado que amava ele a primeira vez aqui e voltar agora do jeito que a gente tá era horrível.

Aproximamos de umas cadeiras e barracas que eles tinham montado ali, dava para ver o Léo e o Lennon no mar, um pouco mais pro fundo, em cima das pranchas e o Pescada 'tava ali na areia vigiando as paradas, enquanto colocava umas músicas na caixinha de som.

— Vai entrar não? — Kaue perguntou me vendo tirar minha toalha da bolsa.

— Agora não — Respondi forrando-a em cima da areia. — Vou ficar um pouco aqui antes, tomar um sol

Tirei meu short jeans, largando junto das minhas coisas e deitei em cima da toalha de bruços. Nem passei protetor, bronzeador ou qualquer coisa, se quer pensei nisso, apenas fechei meus olhos tentando pensar em qualquer coisa que não envolvesse o Lennon, mas era impossível.

Estávamos eu e o Lennon largados no sofá a tarde inteira, assistindo uma série que tínhamos encontrado no prime vídeo, boa para caralho inclusive.

Tirei minha atenção da televisão sentindo o olhar do Lennon fixo em mim e quando conferi realmente estava. Dei uma risada estranhando, ao mesmo tempo que fiquei sem graça.

— Que foi? — Perguntei.

— Agora que tu tá grávida — Ergueu o rosto me fazendo prestar mais atenção.

— Hum? — Questionei curiosa, querendo que ele prosseguisse rápido.

— Nos vai casar né, eu e tu — Dei um sorriso ladino ouvindo ele. — Em? — Sua boca beijou minha barriga por cima da camiseta do flamengo. — Morar junto

— Talvez — Respondi mexendo no cabelo dele. — Quem tem que pensar nisso de casamento é tu né

— Fica preparada então — Assenti rindo. — Casar lá em Búzios, o que me diz?

— Búzios é bom Preto — Ajeitei minhas postura no sofá. — Gosto de lá

— Também curto 'pra caralho — Falou animado. — Casar na praia, tudo certinho

— Caipirinha? — Fugi dos meus pensamentos ouvindo a Cecilia.

Ergui a cabeça aceitando, enquanto levantava meu tronco, me ajeitando e ficando sentada ali. Peguei o copo de plástico na mão da loira, enquanto ela pedia para o ambulante outro.

Dei um gole na bebida, olhando para frente, vendo o mar, o movimento da galera na praia, em silêncio.

— Tu não tá legal né? — Voltei meu olhar para a Ceci.

— Eu? Tô sim — Sorri forçado, voltando a encarar a paisagem na minha frente outra vez. — Só é estranho, não consigo tá aqui sem pensar nele, na gente, não sei explicar  — Suspirei fundo antes de dar mais um gole. — Besteira minha

— Sabe o nome disso?! Amor, Ana Lua — A mão da Cecilia tocou meu ombro. — Você ama ele e ele ama você, por isso, é algo forte, intenso e verdadeiro e por isso você se sente assim, não da 'pra controlar

— Definitivamente não dá — Afirmei balançando minha cabeça.

— Pescada disse que ele ta estranho também, calado, na dele — Voltei meu rosto para ela. — Não quis nem pegar onda, só ficar de boa lá — Fiquei em silêncio. — Ele deve tá sentindo o mesmo que você, essa mesma coisa difícil de explicar, isso é conexão, a conexão de vocês

dependendo da repercussão desse episódio lanço a maratona de 3 episódios e mais
a maratona começa a sair depois que o jogo do cruzeiro acabar e vamos pela madrugada