𝓖eribá . 𝗟𝟳𝗡𝗡𝗢𝗡

𝓼𝓮𝓹𝓽𝓾𝓪𝓰𝓮́𝓼𝓲𝓶𝓸 𝓺𝓾𝓪𝓻𝓽𝓸

Lennon dos Santos Barbosa Frassetti
point of view

Os dias iam passando e aos poucos a mente ia ocupando e outras paradas tomavam conta dos pensamentos sobre todos os bagulhos que aconteceram. Mas papo reto nunca passava por completo, qualquer segundo que eu ficasse atoa, sem nada, voltava, por isso mesmo 'tava vivendo em uma loucura de show, fazendo pique de três por noite, fora estúdio, gravação de música, mal mal ficava em casa atoa, justamente 'pra deixar a cabeça cheia e não ter tempo de pensar em nada daquilo. Sabia que de certo modo não 'tava certa essas parada, no fundo minha mente estava para pedir arrego qualquer, mas pretendia empurrar até onde desse.

Não tinha falado mais com a Ana Lua desde então, nenhuma palavra trocada, última interação que tivemos foi no dia que precisei fazer os stories reclamando a respeito das postagens das páginas de fofoca e ela curtiu, segundo o Kaue, depois do vídeo deixaram ela um pouco mais em paz. Os moleques eram quem me davam notícias dela, principalmente o Léo e o Pescada, os dois mantiveram amizade com ela e ficava feliz por isso, ela era uma mina dahora, que só somava com quem estava por perto e eles eram igual, ou seja, na amizade ambos se fortaleciam.

— Terra tá te chamando — Papato me tirou dos pensamentos e inclinei a cabeça esperando ele falar. — O que tá pegando, tá voando aí cara

— Foi mal, tô meio cansado — Passei a mão no rosto voltando minha atenção para ele.

Estávamos nos dois em um estúdio com o Léozin' e Daniel também. Tinha chegado ontem de um show no interior de São Paulo e vim direto para o estúdio gravar com eles umas faixas, saí de madrugada e voltei hoje depois do almoço de novo para continuar, mal mal preguei o olho.

— Cola aqui Lennin — Léozin' me chamou para um canto e levantei em silêncio indo atrás dele.

— O que tu manda? — Perguntei me encostando na parede.

— Caralho, dois dias no estúdio e tu não rendeu nada. — Fiquei em silêncio e desviei o olhar. — Não tô te cobrando não, só nunca rolou isso contigo, tu passou por muita coisa e a gente ta preocupado de como tu tá

— Foi mal Léo — Passei a mão na nuca olhando para a frente.

— Não Lennin, não é foi mal, não tô aqui 'pra te cobrar e sim 'pra ajudar você — Sua mão tocou meu ombro. — Desde que aconteceu aqueles bagulho contigo você anda pilhadão, vivendo em uma rotina louca de show, gravação, clipe, quando tu só precisava tirar um tempo para você — Balancei a cabeça assentindo. De certo modo ele estava certo. — Uma hora a mente cansa e quando ela cansa é bem pior que o corpo, te garanto

— Tu tá com razão, tô me sobrecarregando, disso eu sei, mas preciso ocupar minha cabeça, se não só fico pensando nessas paradas e eu não quero, não me faz bem — Estralei meus dedos, desabafando.

Léozin' deu um suspiro me ouvindo. — E tu acha que essa rotina malucona não te faz mal também? — Questionou já sabendo a resposta. — Tô ligado que é difícil Lennin, não quero que você fique pensando nessas parada se te faz mal, mas você precisa aprender a lidar com isso alguma hora, senão vai viver nesse ciclo para sempre. As vezes você precisa tirar um tempo 'pra você, descansar, tirar uns dias

— Tu ta certo — Afirmei balançando a cabeça. — Vou tirar uns dias 'pra mim, sei lá ir ficar com meu avô um pouco, fazer umas sessão de skate

— É a melhor coisa que você faz e não se limita, fica o tempo que você precisar, seu psicológico vem muito antes que álbum, show, qualquer coisa — Assenti ouvindo. — E esse som de hoje tu deixa 'pra depois, já vai 'pra casa logo, preocupa contigo primeiro

— Valeu Léozin' — Ele fez um toque comigo me abraçando em seguida.

— A gente é família e 'tamo aqui 'pras parada boa e ruim — Falou no abraço. — Sempre tá ligado?

amigas do céu, vocês jogam aquele jogo do mercadinho? eu tô viciada nele, socorro
amanhã tem maratona de madrugada!!