𝓖eribá . 𝗟𝟳𝗡𝗡𝗢𝗡

𝓼𝓮𝓹𝓽𝓾𝓪𝓰𝓮́𝓼𝓲𝓶𝓸 𝓸𝓲𝓽𝓪𝓿𝓸

Ana Lua Cardoso Guidelli
point of view

A última semana tinha sido um pouco complicada se comparada as outras, não sei ao certo porque, mas acabei retrocedendo e dando uma desanimada de novo, faltei na faculdade e tudo. Graças a terapia, acho que consegui administrar bem a situação e passar por isso, ocupar a cabeça e animar de novo.

Os dias que eu faltei aparentemente incomodaram o pessoal da faculdade e olha que é difícil eles ligarem para os alunos ali, mas a coordenadora do meu curso me ligou, pedindo para conversar comigo e exigindo que eu não faltasse mais. Pelo menos na conversa que tivemos ela foi compreensível e explicou a situação das minhas faltas e como estaria me prejudicando.

Essa semana quem me ligou foi a mãe do Lennon, a Silvana, perguntando como eu estava, desde o término e a perda o bebê ela já tinha me mandado algumas mensagens, falando que poderia contar com ela e toda a família e essas coisas, mas não passou disso, dessa acabamos marcando para se encontrar. Eu e ela tínhamos uma relação ótima quando eu namorava e sentia falta, não só dela dela mas de toda a família do Lennon, todos, sem nenhuma exceção, sempre foram incríveis comigo.

Eu e ela iríamos almoçar juntas em um restaurante super confortável em Copacabana, era de comida italiana e tinha aqueles ambientes bem típicos do Rio, lugar aberto e tudo mais. Confesso que 'tava meio nervosa, ansiosa, não sei como seria encontrar ela agora.

Desci do uber, ajeitando minha roupa, era uma saia jeans de lavagem clara e um top, daqueles tube, branco, assim que entrei no restaurante já vi a Silvana sentada em uma mesa me esperando.

— Oi minha linda — Levantou assim que me viu aproximar e me abraçou em cumprimento. — Que saudade, como você tá?

Dei um sorriso escutando ela. — Saudade também, de todos vocês — Falei enquanto nos separávamos. — Indo, bem até — Sentei em uma cadeira de frente para a dela.

— Bem mesmo? — Me encarou como quem soubesse de algo. — Léo falou para mim bem por cima que você 'tava faltando a faculdade

— Fofoqueiro esse garoto né — Balancei a cabeça em negação. — 'Tava sem ir, sabe como é, toda hora vinha um perguntar coisa para mim, tudo 'tava muito exposto, me senti sufocada — Desviei o olhar. — Mas já estou indo ok?! Sem preocupação, vamos falar de coisas boas hoje

Ela sorriu balançando a caneca concordando comigo. — Só quero te dizer que eu tô aqui tá bom? — Voltei minha atenção para ela. — Não só eu, mas todos nos e não é porque você e o Lennon terminaram que quero que nosso contato acabe — Sorri ouvindo ela. — Você é especial Ana Lua

— Vocês todos também são — Balancei a cabeça afirmando ainda mais o que eu dizia. — E a Maria e o Lucas como estão?

— Estão ótimos, sentindo sua falta também, principalmente a Maria, disse que quando fizer outra tarde das garotas, vai te chamar e não existe a possibilidade de você faltar — Levei aos mãos para outro escutando ela.

— Com certeza eu vou! — Sorri.

— E a faculdade? Acaba esse ano né — Confirmei com a cabeça escutando a pergunta dela.

— Sim, finalmente, tá pertinho já — Sorri. — Inclusive pego os convites da formatura no próximo mês, quero vocês lá

— Iremos

Assim que ela terminou de falar um garçom chegou para retirar nosso pedido. Como tínhamos nos entretido na conversa nem pensamos no que queríamos comer, se quer olhamos o cardápio, pedimos então apenas uma bebida para cada, eu uma gin tônica com xarope de tangerina e a Silvana uma taça de vinho branco.

— E você e o Lennon? — Perguntou com um tom receoso quando o garçom deixou a mesa. — Vocês tem conversado?

— Não, não falamos desde que terminamos — Olhei para baixo e para ela de novo.

— Ah Ana — Ela sorriu sem graça. — Eu torço tanto para vocês conversarem, não para voltar, mas também quero isso se for o melhor para os dois, mas para esclarecer tudo que aconteceu mesmo, vocês passaram por muita coisa e deveriam conversar sobre isso — Balancei a cabeça concordando com ela enquanto estralava os dedos. — Eu sei que o sentimento de vocês dois um pelo outro foi genuíno e se ainda existir continua sendo e não vale a pena deixar isso se apagar com o tempo, vai por mim

— Eu sei — Dei um sorriso fraco. — Eu quero conversar com ele, sei que preciso, todo mundo me fala isso. Mas também preciso ajeitar tudo na minha mente primeiro, comigo mesma, depois com ele

maratona mais tarde!