Rachel Roth

Malditos pesadelos que prendem meu corpo à cama.

Posso sentir meu próprio desespero me olhando através de outra pessoa, como se pudesse enxergar além das camadas da minha pele.

Acordo suada me sentando na cama, acostumada á ver meu coração batendo forte.

Olhei para o despertador e eram apenas 3:26 da madrugada, mas àquela altura eu não iria mais conseguir dormir.

Já fazia quase uma semana que tenho tido esses pesadelos e acredite, eles têm sido mais fortes á medida que os anos passavam.

Observo meu quarto escuro e com meus poderes faço a luz acender, não tinha medo do escuro, mas depois de um pesadelo desses gostaria de me sentir relaxada.

Vago meu olhar pelo quarto, num azul escuro e tons de roxo, desde os cobertores, até as paredes e o carpete.

Num movimento de mãos faço as cortinas se abrirem um pouco, só para ver se luzes dos prédios da cidade.

San Francisco têm sido meu lar a quase dois anos, junto com os Titans.

Desde que entrei para a equipe, minha vida melhorou, tenho controlado meus poderes facilmente e hoje em dia os considero como minha família.

Dick foi minha salvação, por mais que de início não tenha acreditado em mim, eu salvei sua vida quando ele tentou salvar a minha naquela noite em que um falso policial me sequestrou.

Eu teria morrido e virado parte de um ritual para trazer meu pai de volta.

Kory sempre teve aquele instinto materno, ou melhor, como uma irmã mais velha que protege a irmã mais nova.

Ela me salvou da família nuclear, se não fosse por ela eu teria virado parte de um ritual para trazer meu pai de volta.

Garfield me acolheu na mansão do chefe dele, mesmo sabendo dos riscos e me ajudou a recobrar a consciência enquanto meu pai retomava as forças.

Em partes, graças á sua amizade eu resisti na tentativa fútil do meu pai de ter tentado me fazer me aliar á ele.

Resumindo, o início da união dessa família de resultou por minha causa e vendo hoje em dia, fico satisfeita por sermos uma equipe de heróis.

Fechei a cortina e me levantei da cama, mas assim que meus pés encostaram no piso gelado me lembrei de calçar as pantufas roxas.

Dormir de roupa virou um hábito desde que Kory invadiu meu quarto durante seu sonambulismo e tive que pedir ajuda ao Gar e ao Dick só de roupão cobrindo minha camisola.

Kory pode ser assustadora quando sonâmbula, seus olhos ficam verdes e dá a impressão que vai atacar, mas com um abraço tudo se resolve.

Não sou boa em abraços, por isso Dick teve que cuidar disso enquanto Gar tentava manter os olhos abertos.

As imagens do último pesadelo não saiu da minha mente, me vi sendo castigada pelo meu próprio pai enquanto ajoelhada no meio de um círculo de velas vermelhas.

Um coral cantava de fundo, cada nota fazia meu corpo se arrepiar de uma forma nada legal.

O medo e o desespero poderiam ser encravados na minha pele, eu sentia isso enquanto acordava do pesadelo.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora