Terra
Cada vez mais tenho frequentado aquela boate, mas na maioria das vezes Aqualed simplesmente some ou vai atrás de uma garota pra trepar.
Um drink é depositado á minha mesa com um papel ao lado.
Esse drik é feito especialmente pra você, loira azeda.
Rio internamente daquele bilhete idiota, desde que descobri o poder das bebidas eu nunca mais bebi ali e sempre deixo o copo no mesmo lugar.
Observo as pessoas saírem depois de altas horas da noite e quando vou me levantar, uma força magnética me faz sentar novamente e uma cadeira é puxada á minha frente.
Damon se apoia nela, a cadeira virada ao contrário e seus braços tatuados apoiados no alto.
-Por que não quer beber hoje? -sua voz rouca pronunciou essas palavras.
É a primeira vez depois daquele dia que finalmente conversamos, pois tenho evitado ficar tempo o suficiente para que ela consiga isso.
-Eu sei o que as suas bebidas fazem, eu não vou beber pra cair no sono denovo.
-Eu não faço bebidas para dopar meus clientes, eu vi que você queria algo forte o suficiente para anestesiar suas dores.
A encaro com o estômago despencando.
-Minhas bebidas não tem o poder de deixar as pessoas bêbadas, a menos que elas queiram chegar no extremo.
-Por que você desperdiça seus poderes fazendo bebidas estranhas?
-Em primeiro lugar, a magia não pode ser desperdiçada, ela é infinita. E em segundo lugar, minhas bebidas não são estranhas.
-Então por que eu quase desmaiei?
-Minhas bebidas tem o poder de anestesiar todas as dores por alguns momentos sem ser prejudicial á saúde.
-Como não? Tem álcool no meio.
-A menos que você queira que tenha álcool, as pessoas escolhem de acordo com suas mágoas.
A fitei, sem saber o que falar.
-Acho que você não vai desmaiar se tomar apenas um gole.
-Não, eu não vou tomar.
-Nem se eu te disser que não tem álcool?
Encarei o copo.
-Isso tem álcool.
-Só vai ter se você quiser que tenha.
"Merda, eu não quero que tenha álcool, mas não quero ter que suportar essa conversa sóbria"
Bebi um gole e minha pele arrepiou quase que imediatamente.
-Isso é...
-Amargo?
-Sim.
-Você ainda tem cicatrizes emocionais que não foram fechadas por completo. -ele diz, me fitando com os olhos semicerrados mas sem julgamento algum. -você pode me contar quais são essas feridas?
-Isso não tá certo, eu tenho que ir embora, o Aqualed deve estar me esperando.
-Ele saiu com uma garota ruiva faz uns cinco minutos.
-Mesmo assim, eu tenho que ir embora, você tá me embriagando pra conseguir informações sobre mim e isso é errado.
-Você não deve ser nenhuma santa, Rebecca.
Congelo.
Ela sabe meu nome real? Como ela pode saber meu nome real se eu não uso ele desde criança?
-Como você...
-Eu simplesmente sei.
-Você é um bruxo.
-Hm, sim?
-Isso não te dá o direito de invadir minha privacidade! -altero minha voz, mas ela parece calma.
-Eu vejo aqui uma menina traumatizada, que foi forçada a ser o que não é pra cumprir algum tipo de agrado pessoal -ela falou me fitando.
Só pode ser o contato visual.
Não a encaro mais.
-Você não é uma pessoa ruim, só foi criada de uma maneira totalmente inadequada pra uma criança e acabou se acostumando com isso.
Ele se levantou e pegou o copo da mesa, o virando de uma só vez.
-Isso aqui tá doce até demais. -ele falou, indo em direção ao bar -melhor você ir, estou fechando por hoje.
-Você me deve explicações do porquê tá tentando mexer com a minha mente! -fui atrás dela e contornei o balcão até ficar atrás dela.
Percebi que nunca fiquei tão perto assim, não que eu me lembre, ela é apenas alguns centímetros mais alta que eu.
A vejo suspirando ainda de costas.
-O que você quer saber?
-Eu acabei de perguntar!
-Quer saber o por que eu uso minha magia especialmente em você ou como eu consigo saber da sua vida sem que me conte nada?
-Eu sei que você é um bruxo então descarto a segunda opção.
-Rebecca...
-Não me chame assim.
-Esse é o seu nome, então eu vou te chamar assim, afinal sua mãe lhe deu ele em homenagem a sua vó materna.
-O que...
-Se quer mesmo saber, acho que deve analisar os fatos, eu quero tirar esse peso dos seus ombros pois eu posso sentir a angústia exalando de você.
-Você não...você não sabe de nada!
-Eu sei sobre cada pessoa que pisa aqui nesse bar, não seria muito diferente no seu caso.
-E você quer me ajudar pois eu sou uma pobre coitada?
-Não, por que eu gosto de você e quero eliminar totalmente esse fardo da sua vida.
Não tive reação quando ele se aproximou de mim, me encarando no fundo dos olhos.
-Você tá usando magia pra me seduzir? Sério?
-Está se sentindo seduzida, Rebecca?
-Não!
-Está mentindo. -ele se aproximou e tive que me encostar na bancada.
Minha cabeça começou a girar com tantas coisas que passavam na minha mente, minha respiração começou a falhar quando senti o tecido da sua camisa social preta farfalhar na minha pele.
-Eu sei que você se sentiu atraída por mim enquanto me viu fazer seu drink da última vez.
Ele se aproximou mais.
-Eu não uso a magia para meu benefício próprio em questão de pessoas, por isso fique tranquila, eu não estou te seduzindo.
-E como eu posso acreditar nisso?
-Eu não manipulo as pessoas usando magia, acho isso covardia.
De repente nossos lábios se encostaram e senti uma sensação que nunca senti com nenhum outro garoto, nem mesmo com. Garfield.
Se tornou intenso e ele me sentou na bancada, o encarei com o rosto vermelho enquanto ele afastava meus cabelos do meu rosto.
-Eu gosto da sua aura, por mais que ela seja um pouco controversa a sua personalidade atual.
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Gar e Rachel - Melodias do Caos
Roman d'amourRachel Roth, uma garota extremamente fria e ao mesmo tempo cheia de cicatrizes emocionais, tem sua vida mudada depois da volta de Gar e o aparecimento de uma garota loira e um antigo namorado.