Rose Wilson

Nos últimos dois meses estive morando sozinha no antigo apartamento do meu pai, Slade Wilson.

Mas Terra voltou e como meio irmã eu tenho que acolher ela, por mais que eu não tenha uma confiança muito sólida.

Não confio em ninguém, mas confio nos Titans o suficiente para querer até voltar pra equipe mesmo depois da mancada que eu fiz.

Escuto vozes vindas da sala, mas faz um bom tempo que Terra não traz ninguém pra casa.

Ela vai ficar puta quando souber que eu me demiti hoje e estou aqui, pois sou eu que banco a faculdade dela com o dinheiro que nosso pai deixou e convenhamos, as coisas estão ficando apertadas.

Mas fodasse, ela tem capacidade de conseguir um trabalho sem precisar usar um olho de vidro pra isso.

Escuto uma discussão acalorada e me levanto da cama pegando a minha katana.

Seja quem for, eu tenho coragem o suficiente pra matar.

Abro lentamente a porta de um jeito que não faça o menor barulho e dou alguns passos em direção á sala, parando atrás da parede.

-Se quiser honrar a memória do seu pai e fazer parte da irmandade, vai ter que aceitar os meus termos e colaborar, mocinha. -uma voz fria falou, baixinho.

-Eu já me provei ser fiel o suficiente durante todos esses meses, o que mais vocês querem de mim?

-Você cumpriu a sua parte do plano? Colocou os explosivos na torre?

-Não deu pra colocar tudo.

-Como não deu pra colocar tudo?

-Na hora eles saíram pro estacionamento, eu tive que correr pra longe.

-E por que não finalizou o plano?

-O sistema de segurança deles fica ainda mais forte quando eles não estão lá, seria impossível fazer alguma coisa.

Houve uma pausa de silêncio.

-Nosso mestre tem um outro plano, me mandou até aqui para avisá-la sobre o aborto desse plano.

-E só agora vocês me falam isso? Vocês precisam usar celular, porra.

-A próxima reunião vai ser daqui dois dias, é bom que você se prove leal ou seu fim vai ser igual ao do seu pai, você sabe demais.

Escuto passos e concluo que o homem foi embora.

Não sou tempo nem dela terminar de lavar a louça.

-Que porra foi essa?

-Rose! -ela se virou pra mim, eu posso sentir ela prendendo a respiração.

-Me responde, Terra! Que porra foi essa e quem é aquele? -fui até ela com minha katana na mão esquerda.

-Não era pra você estar no trabalho?

-Eu me demiti hoje. Vai, responde logo!

-Era um...amigo.

-Um amigo que tava tentando explodir a torre, uh? ah não espera, você tava fazendo isso!

-Olha Rose eu posso explicar...

-Me explica ou eu vou agora mesmo pra lá!

Ela de repente assumiu uma postura menos rígida.

-Você não vai a lugar nenhum. -ela falou.

Nisso, as pedras do canteiro de obras ao lado do edifício entraram pela janela.

Algumas delas se prenderam á minha perna, tornando tudo mais pesado.

Fui até ela e a empurrei contra a parede, ainda sem usar minha arma.

-Eu não acredito que você é uma traidora! Depois de tudo...você ainda continua como uma escrava do meu pai!

-Nosso pai!

-Fodasse! Ele morreu, coloca isso na sua cabeça, você não pode viver na sombra dele pra sempre! -digo ainda prensando o corpo dela na parede, a olhando nos olhos.

Seus olhos se tornam escuros e logo depois sinto uma pancada forte em ambos os lados da cabeça e caio no chão.

Ouço o som da minha katana bater ao lado da minha cabeça.

Terra pisa no meu peito enquanto olha intensamente pra mim, com uma expressão vazia.

-Você não entende como é ser rejeitada pelas pessoas...eu só busco a aprovação para que não pisem mais em mim! -ela tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.

Mais uma pancada e tudo fica escuro, não sinto mais absolutamente nada.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora