Tim Drake

Ok, eu admito que estar fora de cena como Robin me deixou um pouco deslocado.

Mas o que querem que eu sinta? Passei os últimos anos atrás de uma máscara e hoje estou aqui, ajudando ele a preparar o jantar enquanto a mãe dele foi visitar a irmã.

-Sabe, você bem que podia me levar até a casa dos seus pais, você ainda não visitou eles né?

O encaro enquanto termino de cortar o pimentão, volto a olhar para a tábua de madeira.

-Não.

-E por que? Vocês estão mais perto do que nunca e tenho certeza que tia Lorence tá com saudades.

-É.

Volto a cortar, tendo a noção de que seus olhos me analisaram enquanto aquecia o óleo.

-Aconteceu algo entre vocês?

-Não.

-Tim, você tá calado outra vez e eu quero poder fazer alguma coisa.

O encaro, depois entrego a tábua de madeira cheia de pimentões picados.

-É só que...não me acostumei a viver normalmente ainda, foram anos como Robin e não sei ficar completamente relaxado.

-Eu não esperaria que se adaptasse cedo, mas..-tinba um tom amargo em sua voz.

Eu tive que me aproximar.

-Eu não me arrependo, se é isso que está pensando. Eu só não sei viver como uma pessoa comum, sem crimes ou assaltos pra impedir.

-Burnout de heróis existe?

-É mais comum do que imagina, muitos de nós não largam tudo pois isso é uma rotina, Dick foi assim até ir para o Canadá com Kory.

Oliver acenou com a cabeça, mas vi um sorriso de canto se formando em seu rosto.

-E sobre meus pais, eu não sei dizer. Na verdade, eu sei mas..

Respiro fundo, depois encaro a janela, no fim daquela rua um pouco para trás ficava a nova casa deles e futuro restaurante de comida japonesa.

-Sempre fui criado para ser o total oposto das pessoas de Gotham. Eu não consigo imaginar como eles reagiriam se soubessem que estive enfiado em drogas e um quase suicídio.

Oliver quase derrubou a colher de pau ao me encarar.

-Você...?

-Sim, eu já tentei. Mas acontece que meu corpo reagiu e saí da água, seria um fim trágico, não?

-Cale a boca, Tim! Sério, você tentou mesmo se matar?

-Eu não devia ter falado essa parte.

-Não, você não tem que esconder as coisas de mim lembra? É só que...não gosto disso.

-E quem gosta? Mas...faz tanto tempo que não vejo meus pais que não sei como eles reagiriam, tipo uma desconexão sabe? -lavo a faca e a guardo, sentindo saudades de arremessar uma.

-Minha mãe falou que seus pais e seu irmão sempre perguntam de você.

Fico em silêncio durante quase todo o jantar, mal toquei na comida e bebi o máximo de água possível, como sempre.

Oliver tentava puxar assunto toda a hora, mas eu só conseguia pensar em apenas uma coisa.

-Quer ir lá comigo amanhã? -falei, automaticamente Oliver parou de lavar a louça.

Ele sorriu, depois acenou com a cabeça e desligou a torneira.

Ele veio até mim e se sentou no meu colo, colocando as mãos molhadas no meu rosto.

Caralho.

Pouso minhas mãos em sua cintura enquanto ele me olha fixamente, com aqueles olhos profundos e brilhantes.

Sinto sua mão quente e molhada mas ao mesmo tempo não sinto, é apenas eu e ele nessa casa, sem tempo a perder.

-Você com certeza é o cara mais corajoso que eu conheço.

-Tá tentando me bajular? O que você quer?

Ele se aproximou e mordeu a ponta da minha orelha, me fazendo arrepiar.

-Eu quero você. -ele ofegou quando apertei sua cintura.

-Só isso?

-Só isso.

De solavanco eu o levantei nos braços, uma mão em cada lado agarrando firmemente suas coxas.

Oliver e eu temos o mesmo tamanho, mas ele é um pouco mais leve que eu e é dono de um cheiro afrodisíaco.

Subo cada degrau da escada com facilidade, ainda não tirando meus olhos dos dele.

Chuto a porta entreaberta pra que ela escancare e a fecho chutando novamente, pelo visto meu lado bruto era o favorito dele.

-Não morda os lábios. -falei, o deitando na cama e passando minhas mãos por suas coxas despidas pelo short.

Tiro minha camisa e vejo o olhar dele, me desejando enquanto circulava cada gominho da minha barriga e peitoral.

Me lanço sobre ele, devorando seus lábios e partindo para outros níveis de intimidade.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora