-Você parece um pouco desanimado, aconteceu algo? -ele me pergunta, sentado no meu colo de frente pra mim na grande rocha.

-Lembra que eu tive que atender uma ligação aquela hora?

-Para tudo, já sei. Foi alguma ex sua, certeza.

-Você sabe que eu nunca namorei. Foi o Batman que me ligou através do celular do criado dele.

-O que??? O Batman te ligou?? Quem é esse criado???

-Alfred não é um simples criado, ele é tipo um conselheiro e foi uma figura paterna pra mim durante os anos que passei na mansão.

-Quero saber sobre a ligação, ela te perturbou.

-Digamos que um ciclo oficialmente terminou e eu oficialmente não sou mais o Robin. Vou ter que ir pra Gotham entregar meu uniforme.

-Tim...

-Eu sei o que vai dizer, mas você não teve uma influência direta sobre isso. Quer dizer, sim eu desisti de ser o Robin por você, mas refleti bem e sei que não sou tão estabilizado quanto um Robin deve ser.

-Então por que você ficou mal com a ligação?

-Por que eu tenho dificuldade em me acostumar com coisas novas assim de uma hora pra outra. Mas sei que isso tudo vai valer a pena.

-Ele se decepcionou com você?

-Talvez um pouco, mas ele me disse que estou fazendo o certo e que...-peguei a mão de Oliver e olhei para ele -se eu tiver a oportunidade de me apaixonar, deveria agarrar firme.

Oliver corou, depois sorriu agarrando firme a minha mão.

-Nunca fizemos isso formalmente, mas, quer tentar algo mais comigo? Digo...sermos namorados assumidos.

-Tim, tá falando sério? -ele sorriu, e confesso que foi o melhor sorriso que ele me deu.

-Sabe que não brinco com coisas sérias.

-Na verdade, brinca sim. Eu aceito ser seu namorado, mas com uma condição.

-Qual?

-Me leve pra andar de moto, passar por todas as ruas durante mais ou menos uma hora e meia e depois vamos pra minha casa.

-Por que uma hora e meia?

-É o tempo exato pra minha mãe dormir um sono profundo, cê sabe, depois daquele assalto ela tá precisando de remédios pra dormir.

-Se levante, acho que minhas pernas adormeceram.

Oliver se levantou e correu em direção á moto, quando vi estava com um volume a mais na minha calça que precisei esconder com a blusa.

Ele já estava usando um capacete quando cheguei mais perto.

-Você é bem rapidinho né, vou fingir que não tá comigo por causa da moto.

-Sua moto é maneira, mas estou contigo por outras coisas também...-seu olhar percorreu meu quadril por uns instantes. -sobe logo!

Subi na moto e ele subiu atrás de mim na garupa.

-Segure firme, não sou nenhuma tartaruga e provavelmente vamos tomar umas duas multas.

-Sem multas, Tim! -ele deu um tapa no meu ombro e eu ri.

-Vou tentar, também posso ser bem responsável quando quero.

Oliver agarrou minha cintura e chegou mais perto por trás e dei partida.

[...]

Percorremos a cidade de uma ponta a outra, chegando na costa leste e paramos em um bar local pra bebermos alguma coisa.

-Não devíamos ter bebido tanto, eu estou quase dormindo em pé! -ele falou subindo na moto.

-Relaxa que sou eu quem vai dirigir, só segure firme ok? Concentre suas forças na minha cintura.

-Estou gostando disso.

Dei partida, não estava tão bêbado quanto Oliver, percebi que Oliver é extremamente fraco pra bebida pois bebemos só meia garrafa de vinho juntos.

Á medida que nos aproximavamos do bairro, desacelerei a moto e me certifiquei que meus pais estavam dormindo e com o bar fechado.

Eu não gostaria que eles nos vissem bêbados, especialmente me ver bêbado pilotando.

-Oliver, chegamos. -digo quando a moto estava quase parando na garagem da casa dele.

-Meu deus, eu preciso de um banho...estou fedendo a um velho bêbado e suado.

-Deve ser seu novo charme.

-Não ria! -ele disse descendo da moto um pouco cambaleante.

O ajudei a andar, tropeçamos em algumas coisas mas nada que pudesse acordar a mãe dele.

-Ela não tá em casa. Ela deixou um bilhete. -ele o pegou da porta da geladeira e leu com certa dificuldade -ela tá na casa da minha vó do outro lado da cidade e volta amanhã á tarde. Hmmm, temos a casa todinha pra nós.

Gar e Rachel - Melodias do CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora