Gar e Rachel - Melodias do Caos

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Garfield Logan

É incrível como apenas dois meses podem nos mudar totalmente e eu gosto disso.

Estar longe do que é perigoso e tirar umas boas férias de tudo é relaxante mas ao mesmo tempo estranho.

É estranho pelo simples fato de não estarmos em alerta o tempo todo, esperando algum crime acontecer.

Ajudo Rachel a estender o pano no chão e colocamos nossa mochila e o cesto de comida no meio.

Eu ainda não acredito que estou vivendo tudo isso.

-Você tá muito pensativo desde que começamos a trilha, está me preocupando.

-Já parou pra pensar o quanto é estranho não estarmos na torre?

-Sim, estar longe de San Francisco é meio estranho, mas nada com que não consiga lidar.

-Estamos há seis anos, seis anos sem tirar férias e o Dick e a Kory sempre tiravam férias anuais.

-Vai ver é porque a gente não tinha pra onde ir.

-Eu tinha os meus amigos da patrulha do destino, mas...cê sabe, o chefe meio que não iria gostar.

-Deveriamos ir lá depois das nossas férias, ou fazer uma visitinha, eu meio que tô gostando da nossa vida aqui em Paris.

-Eu vou pensar nisso, faz tempo que não os vejo e vai ser bom visitar meu antigo quarto.

-Como pode ter tanta certeza que eles não transformaram aquele lugar em um porão de entulho?

-Liguei para o Larry pouco tempo atrás, meu quarto ainda continua intacto.

-Você sabe que podemos ir lá a qualquer momento, né? -eu sei que ela quis dizer através de portais.

-Vamos na nossa próxima folga, eu quero passar o meu dia juntinho de você e mergulhar nessa linda cachoeira!

-Mergulhar?

-É, mergulhar, e se você não quiser eu te carrego nos meus ombros! -digo, logo pego um sanduíche da cesta e começo a devorar.

Comemos praticamente tudo, mas ainda restou o bolo e estava quase entardecendo, o reflexo do sol batia em alguns fragmentos da água.

Me levanto e tiro a minha regata, depois minha calça moletom.

Nem preciso dizer que vou carregar Rachel, pois ela tira sua calça e sua camiseta da banda Misfits.

Não consigo parar de admirar o seu corpo, eu simplesmente a admiro todas as vezes que ela tira a roupa perto de mim.

-Você não vem?

Ela para na beira do lago e sem pensar duas vezes vou até ela, a agarrando pela cintura e nos jogando na água.

Quando emergimos, seu cabelo está completamente molhado, fazendo com que fique para trás.

-Não me lembro de você ter uma testa tão grande! -brinquei, fazendo com que ela me olhe com a sobrancelha contraída.

-Falou o sem testa! -ela de repente respingou água em mim, me fazendo engasgar.

Ela ri da situação enquanto começa a nadar, tínhamos a cachoeira só pra nós durante a tarde e o início da noite, esse era o nosso prêmio pela caminhada.

-Gar, vem aqui!

Nado até ela, percebendo ela desaparecer para trás da água da cachoeira.

Faço o mesmo, segurando minha respiração e atravessando a água.

-Encontrei um lugar perfeito pra terminarmos o piquenique.

A vejo subir em uma plataforma gramada e vejo a camada de terra por cima de uma grande rocha.

Subo nela e me deito na grama enquanto vejo nossa cesta de piquenique e nossas roupas voarem na frente dos meus olhos.

-Estudei sobre esse lugar, a natureza é realmente bastante impressionante.

Vejo a cachoeira cair á uma distância segura de nós, depois olho para a mulher ao meu lado.

-Que foi? -ela me pergunta me entregando um pedaço de bolo.

-Eu estou num lugar belo com uma bela mulher, acho que sou um homem de sorte.